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Ambipar (AMBP3) comunicou o cancelamento da assembleia geral extraordinária e da sétima emissão de debêntures, conforme decisão do Conselho de Administração registrada em ata. A assembleia estava inicialmente marcada para o dia 10 de outubro, informou a companhia.
💸 A decisão vem um dia depois de a Bloomberg publicar que a empresa planeja entrar com um pedido de recuperação judicial na próxima semana, em um tribunal do Rio de Janeiro, segundo fontes ouvidas pela agência. As tratativas ainda estão em andamento e o prazo pode mudar, disseram as fontes.
No fim de setembro, a Ambipar já havia obtido proteção emergencial contra credores, após alertar à Justiça sobre o risco de colapso financeiro. A decisão foi necessária porque alguns credores pediram pagamentos que poderiam acionar cláusulas de inadimplência cruzada em sua dívida.
O que está acontecendo com a Ambipar?
2025 se tornou um ano difícil para a Ambipar. As ações chegaram a R$ 0,68, e o valor de mercado recuou para R$ 1,18 bilhão. Desde a máxima de dezembro de 2024, a empresa perdeu R$ 43,66 bilhões em valor de mercado, segundo a Elos Ayta.
📉 O cenário se deteriorou no fim de setembro, quando a companhia obteve na Justiça do Rio de Janeiro uma tutela cautelar que a protege de cobranças de credores por até 60 dias. O mecanismo permite que a Ambipar busque acordos ou apresente um pedido de recuperação judicial.
O caso envolve o Deutsche Bank, com o qual a empresa tem compromissos de US$ 550 milhões. A Ambipar alegou que um aditivo de empréstimo com o banco provocou saída de mais de R$ 200 milhões de seu caixa.
Além disso, a companhia contratou o BR Partners para apoiar a reestruturação de uma dívida estimada em R$ 11 bilhões, de acordo com o E-Investidor. O movimento levou o UBS BB a revisar recomendação e preço-alvo, e a Fitch rebaixou o rating da empresa de ‘BB-’ para ‘C’.