Adeus home office? FIIs de lajes corporativas batem menor vacância desde 2020

Mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo bate recorde pelo 4º trimestre consecutivo; veja números.

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Publicado em 28/07/2025 às 20:15h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 28/07/2025 às 20:15h Atualizado 10 horas atrás por Lucas Simões
Analistas do BTG Pactual estão de olho nos FIIs de escritórios em 2025 (Imagem: Divulgação)

Se tem um tipo de fundo imobiliário (FII) que apanhou bastante no mercado desde a pandemia de Covid-19, são as lajes corporativas, já que, para evitar a contaminação pela doença, os trabalhadores trocaram os escritórios pelo home office. Só que, em 2025, os FIIs de lajes corporativas já sinalizam uma volta por cima.

Em relatório publicado nesta segunda-feira (28), os analistas Daniel Martinelli e Matheus Oliveira, do BTG Pactual, apuraram que o mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo fechou o segundo trimestre do ano (2T25) com a menor taxa de vacância (16,6%) desde 2020.

Só no trimestre passado, o mercado absorveu quase 100 mil metros quadrados em escritórios situados em regiões nobres da capital paulista. Em termos do novo estoque, cerca de 40 mil metros quadrados foram lançados, registrando um impacto limitado, já que parte dos ativos chegou pré-alugada.

"Os preços pedidos seguem crescendo, tanto pelos reajustes quanto pela entrada de novos empreendimentos com valores mais altos. A Faria Lima manteve sua liderança como o metro quadrado mais caro da cidade (R$ 278 por metro quadrado, alta de 6,9% na comparação trimestral), com locações fechadas acima de R$ 300 por metro quadrado", comenta a dupla de especialistas.

Outras regiões bastante cobiçadas na capital paulista também tiveram o destaque no relatório do banco, casos da Avenida Paulista e Pinheiros, cujas elevações nos preços foram de 3,2% e 0,9%, respectivamente.

Já na Avenida Chucri Zaidan, na Zona Sul de São Paulo, e próxima à Marginal Pinheiros, o preço pedido nos escritórios subiu para aproximadamente R$ 100 por metro quadrado, que aparenta ser o novo ponto de equilíbrio da região e o início de uma dinâmica mais pró-locador.

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Lajes corporativas acima do Ifix

Com a recuperação do setor, não é raro encontrar FIIs de lajes corporativas que superam a valorização de +10% entregue pelo Ifix ao longo de 2025, caso, por exemplo, do Pátria Escritórios (HGRE11), cujas cotas saltam mais de +13% no mesmo período, mesmo sem considerar o reinvestimento dos dividendos mensais.

Embora o FII HGRE11 também conte com dois imóveis fora do estado de São Paulo, um situado no Rio Grande do Sul e o outro no Rio de Janeiro, é na capital paulista que se concentram os dez imóveis da carteira, muitos deles nas citadas regiões de alto padrão.

Para o BTG Pactual, a expectativa para os próximos trimestres segue positiva, com tendência de redução da vacância e reajuste dos aluguéis dos escritórios.

"Acreditamos que os ativos bem localizados devem performar bem, enquanto regiões secundárias continuarão exigindo flexibilidade comercial para atrair demanda, em linha com o movimento de flight-to-cost observado nos últimos trimestres", concluem os analistas.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil no FII HGRE11 há cinco anos, hoje você teria R$ 1.234,00, já considerando o reinvestimento dos dividendos mensais. A simulação também aponta que o Ifix teria retornado R$ 1.260,10 nas mesmas condições.