Quem buscar no Google ou em qualquer plataforma de acompanhamento do mercado acionário, pode imaginar que cada ação da Gol (GOLL54) está custando cerca de R$ 6. No entanto, esse preço está bem distante do real valor dos papéis da companhia aérea.
Desde que a companhia anunciou a emissão de novas ações, os papeis foram agrupados na proporção de 1000:1 na bolsa de valores. Desta forma, hoje, é como se cada uma daquelas ações anteriores estivessem avaliadas em cerca de 5 centavos, conforme destaca o MoneyTimes.
Por isso, a empresa recebeu um comunicado da B3 nesta semana, pedindo explicações sobre o valor do ativo. Isso porque, segundo regra do mercado de capitais, as empresas não podem negociar ativos abaixo de R$ 1.
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Para entrar neste patamar, a companhia precisa comunicar à B3 e, então, apresentar um plano de reenquadramento. O documento deve detalhar o cronograma da companhia para alcançar o patamar mínimo exigido pelo balcão.
“Em breve, [a Gol] deverá divulgar ao mercado os procedimentos e cronograma que serão adotados para reenquadrar a cotação de suas ações ao patamar mínimo exigido”, disse a B3, à reportagem.
A companhia aérea passou por um processo de recuperação judicial que se estendeu de janeiro de 2024 até junho de 2025, nos Estados Unidos. O Chapter 11 foi necessário para que a empresa colocasse suas contas em dia, reduzindo a dívida que era de R$ 11 bilhões no início do processo.
No total, a empresa emitiu 9 trilhões de ações, em que cada uma teve um valor simbólico de R$ 0,00028 por ação ordinária e R$ 0,01 por preferencial. Com isso, a companhia conseguiu levantar cerca de R$ 73 milhões, distante do valor planejado antes da operação.
Em junho, a empresa passou a negociar seus papeis sob um novo ticker, que já incluia os novos papeis emitidos. No dia da estreia, os papeis chegaram a saltar mais de 400% na B3, mas logo se acomodaram em um patamar mais real para a situação da companhia.
Atualmente, o valor de mercado da aérea é de R$ 7,1 bilhões, o que representa uma diferença importante em relação a um de seus principais concorrentes. A Azul (AZUL4), que também passa por RJ, hoje está avaliada em apenas R$ 1 bi, de acordo com a B3.
A excessão da lista é a Latam, que já passou por uma RJ, mas conseguiu se recuperar depois de todo o processo. Nos EUA, onde as ações estão listados, o valor de mercado da companhia passa de US$ 14 bi, equivalente a R$ 74 bilhões na cotação atual.
Os investimentos chegaram a R$ 357 milhões, com foco na recuperação de motores em manutenção.
Para a empresa, as avaliações sinalizam o reconhecimento da evolução do perfil de crédito da companhia.
