Ações da Azul (AZUL4) disparam mais de 50% em três dias e altas seguem no radar

O valor de mercado da Azul saltou para R$ 2,16 bilhões no fechamento de 17 de setembro.

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Publicado em 18/09/2024 às 15:33h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 18/09/2024 às 15:33h Atualizado 1 dia atrás por Matheus Rodrigues
Mesmo com a recuperação, os papéis da aérea ainda estão 90% abaixo do valor recorde de R$ 62,41 (Imagem: Shutterstock)

🚨 As ações da Azul (AZUL4) continuam atraindo a atenção no mercado financeiro, com uma valorização de mais de 50% em apenas três dias.

Apesar de ter iniciado o pregão desta quarta-feira (18) em alta, alcançando um pico de 9,92% e sendo brevemente suspensa por leilão devido à oscilação, os papéis voltaram a recuar e registravam queda de 2,24%, cotados a R$ 6,11 por volta das 12h30.

Essa volatilidade é reflexo do movimento de recuperação da Azul, que apresentou um aumento expressivo de 54,2% entre os dias 12 e 17 de setembro, após atingir seu menor valor histórico.

Este desempenho a posicionou como a ação de melhor performance entre as que compõem o Ibovespa (IBOV) no período.

Mesmo com essa recuperação, os papéis da companhia aérea ainda estão 90% abaixo do valor recorde de R$ 62,41, registrado em 28 de janeiro de 2020, antes da crise que atingiu o setor aéreo globalmente.

O valor de mercado da Azul saltou para R$ 2,16 bilhões no fechamento de 17 de setembro, representando um acréscimo de R$ 761 milhões em relação ao dia 12 do mesmo mês.

No entanto, no acumulado de 2024, as ações ainda amargam uma queda de 55%, refletindo as incertezas que pairam sobre a saúde financeira da companhia e as negociações em curso para reestruturar suas dívidas.

Nos últimos dias, as ações da Azul têm reagido às notícias sobre a reestruturação de suas obrigações financeiras.

A empresa está em diálogo com arrendadores de aeronaves para ajustar a sua estrutura de capital, conforme o plano de otimização firmado no ano passado.

Entre as medidas discutidas, destaca-se a conversão de uma dívida de US$ 580 milhões em participação acionária na companhia, o que trouxe um novo fôlego ao mercado, com as ações disparando 15% em um único dia.

➡️ Leia mais: Azul (AZUL4) propõe troca de dívida bilionária por ações da companhia; entenda

Socorro ao Setor Aéreo em Andamento

Paralelamente aos movimentos de mercado, o governo federal também está se mobilizando para apoiar o setor aéreo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta quarta-feira (18) a nova Lei Geral do Turismo, que, entre outras medidas, autoriza o uso de recursos do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) para financiar as companhias aéreas que operam voos regulares no Brasil.

O objetivo é proporcionar mais estabilidade ao setor, que enfrenta grandes desafios desde a pandemia.

De acordo com o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o financiamento será essencial para aumentar a frota de aeronaves e expandir a oferta de voos e passagens, o que poderá contribuir para a redução dos custos operacionais das companhias e, eventualmente, o preço das tarifas aéreas.

💲 Um Comitê Gestor do Fnac será criado para definir os limites de recursos destinados a empréstimos.

Estima-se que o fundo, que atualmente possui um saldo de R$ 8 bilhões, possa disponibilizar cerca de R$ 5 bilhões para fortalecer as empresas aéreas nacionais.

Com essas medidas, o governo busca reaquecer o setor aéreo, que foi severamente afetado pela pandemia e ainda lida com o desafio de equilibrar suas contas.

A Azul, que está no centro das atenções com sua recente valorização, pode se beneficiar diretamente deste novo ciclo de apoio governamental.