A Bolsa do Mubadala: CEO diz que não quer guerra com a B3 (B3SA3)

Pracownik disse, em entrevista ao "Pipeline", que a ideia é aumentar o volume negociado no mercado brasileiro.

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Publicado em 14/03/2024 às 14:10h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 14/03/2024 às 14:10h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
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O Mubadala está avançando com os planos de ter uma Bolsa de Valores no Brasil e pretende ter o negócio em operação já no segundo semestre de 2025. Escolhido para comandar o empreendimento, o executivo Claudio Pracownik disse, contudo, que o objetivo não é rivalizar com a B3 (B3SA3).

🗣️ "Não é uma guerra. É uma luta para aumentar volume, para expansão do mercado brasileiro”, disse Claudio Pracownik, em entrevista ao site "Pipeline". Com passagens pelo BTG Pactual, Bozano, Santander, Ágora e Genial Investimentos, Pracownik é o atual CEO da ATG, empresa de tecnologia voltada ao mercado financeiro que foi adquirida pelo Mubadala em 2023.

Segundo o "Pipeline", o Mubadala acredita que é possível aumentar o volume negociado no mercado brasileiro. Dessa forma, seria possível avançar com a nova bolsa sem necessariamente "disputar a mesma fatia" da B3. "Não é um sonho. É um projeto protocolado, em andamento e muito bem estruturado", disse Pracownik, ao site.

Mais concorrência

📉 O Mubadala, contudo, não é o único querendo abrir uma bolsa no Brasil. A CSD tem a mesma intenção e já pediu autorização dos órgãos reguladores para avançar com o projeto. E dados da B3 mostram que, ao invés de aumentar, como projeta o fundo árabe, o volume negociado no mercado de ações brasileiro tem caído. O recuo foi de 11% em janeiro e de 1,7% em fevereiro.

Diante desse cenário, as ações da B3 têm cambaleado. Em um mês, os papeis recuaram 5,3%. Em três meses, o recuo passa de 13%, segundo dados do Investidor10.

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A Bolsa do Mubadala

De acordo com o "Pipeline", o Mubadala pediu o registro da Bolsa para o BC (Banco Central) e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e já respondeu a alguns questionamentos dos órgãos depois disso. 

Os reguladores terão um prazo de nove meses para responder ao pedido assim que tiverem todos os dados necessários para a análise. Por isso, o Mubadala acredita que a nova Bolsa estará em operação no segundo semestre de 2025.

Segundo o "Pipeline", a bolsa do Mubadala deve usar tecnologia da indiana Tata no clearing e o serviço da B3 na parte de depositária. 

A princípio, a bolsa não deve trabalhar com a listagem de companhias. A ideia é começar como uma plataforma de negociação, com ações e derivativos, e oferecer o modelo de melhor execução para os clientes. Ou seja, fechar a ordem pelo menor custo possível.