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Com a alta dos juros nos Estados Unidos, o dólar deve seguir valorizado em 2023. Por isso, fechará o ano na casa dos R$ 5,10. É o que diz a XP Investimentos, em novo relatório.
A corretora projetava um dólar de R$ 4,70 para o fim do ano, mas elevou a estimativa para R$ 5,10 na noite de quarta-feira (4), de modo a “contemplar o movimento recente”.
O dólar vinha caindo ao longo de 2023 e chegou a ser negociado a R$ 4,72 em julho. Contudo, voltou a subir depois disso, pressionado principalmente pela perspectiva de alta dos juros norte-americanos.
A moeda rompeu a barreira dos R$ 5 em 27 de setembro e, desde então, é negociada acima desse patamar. Na quarta-feira (4), dia da publicação das novas projeções da XP, por exemplo, fechou aos R$ 5,15. E já bate os R$ 5,17 nesta quinta-feira (5).
Além da XP, outros economistas consideram que o dólar não voltará a ser negociado abaixo dos R$ 5 em 2023. O Boletim Focus, contudo, ainda projeta um câmbio de R$ 4,95 para o fim do ano.
O dólar está em alta principalmente por causa da expectativa do mercado de alta dos juros dos Estados Unidos.
Na última reunião do Fed (Federal Reserve), em setembro, o banco central americano manteve a sua taxa de juros no intervalo entre 5,25% e 5,5%. Contudo, disse que os juros podem subir mais ainda em 2023 e afirmou que a taxa seguiria em patamar restritivo pelo tempo que fosse necessário para levar a inflação de volta à meta anual de 2%.
O alerta provocou uma elevação da taxa longa de juros e uma fuga de recursos para os Estados Unidos. Afinal, os títulos americanos, que são considerados o investimento mais seguro do mundo, devem render mais com essa decisão do Fed. Logo, investidores passaram a direcionar recursos de ativos de risco, como os dos países emergentes, para os treasuries.
Como lembrou a XP, “juros altos por mais tempo nos EUA pressionam preços de ativos nos países emergentes”. E esse movimento parece ter sido intensificado no Brasil por causa do cenário local.
Diferente do Fed, o Banco Central do Brasil já iniciou o ciclo de corte dos juros e pretende continuar reduzindo a Selic. Por isso, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos diminuiu. A XP ainda cita as incertezas sobre as contas públicas brasileiras como um fator de risco.
“A taxa de câmbio voltou a superar R$/US$ 5,00, atingindo os níveis mais depreciados desde o final de maio. Juros mais elevados nos países centrais e incertezas fiscais domésticas explicam o movimento”, diz a corretora.
A XP projeta juros de 5,75% ao fim de 2023 e 4,75% em 2024 nos Estados Unidos. Já no Brasil, vê a Selic em 11,75% ao fim de 2023 e 10% em 2024. Em relação ao câmbio, só a projeção para 2023 foi alterada.
“Apesar da depreciação das últimas semanas, não alteramos nossa avaliação estrutural para a taxa de câmbio. Ajustamos a projeção de 2023 para R$/US$ 5,10 de modo a contemplar o movimento recente, mas mantivemos R$/US$ 4,85 para o final de 2024 e R$/US$ 5,00 para o final de 2025”, afirmou a XP.
Pelos cálculos da XP, a inflação seguirá acima do centro da meta no Brasil até pelo menos 2025. A corretora vê o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) fechando o ano em 4,8% em 2023, 3,9% em 2024 e 4,0% em 2025. Por isso, vê a Selic em 9% ao fim de 2025.
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