Weg (WEGE3) já tem um plano para enfrentar as tarifas dos EUA, confira

Companhia já vê as incertezas tarifárias afetando preços e decisões de investimento.

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Publicado em 24/07/2025 às 13:17h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 24/07/2025 às 13:17h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Weg deve redesenhar rotas de exportação para conter impacto das tarifas(Imagem. Shutterstock)

A Weg (WEGE3) já traçou um plano para tentar mitigar os impactos da tarifa de 50% que os Estados Unidos prometem impor aos produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

A ideia é reorganizar as rotas de exportação para vender aos americanos o que é produzido em outros países, que receberam tarifas menores de Donald Trump.

🗣️ "Podemos usar o Brasil para atender a demanda local do México e da Índia e usar a produção desses países para atender o mercado americano", disse o diretor financeiro da Weg, André Rodrigues.

Segundo ele, a realocação é possível porque a companhia produz no Brasil pouco menos de um terço do que vende para os Estados Unidos, mas também por causa dos investimentos realizados no exterior nos últimos anos.

"A Weg tem presença global e, ao longo dos últimos anos, vem acelerando os investimentos em capacidade de produção nas diversas geografias em que atua. Isso pode ajudar nesse processo", lembrou.

O executivo reconheceu, por sua vez, que a execução dessa estratégia "pode demorar alguns meses". Contudo, garantiu que, depois disso, "pode mitigar a maior parte" dos impactos esperados das tarifas.

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Incertezas pressionam investimentos e preços

De toda forma, a Weg vai continuar monitorando as condições de mercado e a sua estratégia comercial de precificação de produtos. Afinal, ainda há incertezas sobre o nível das tarifas que os Estados Unidos vão de fato aplicar ao Brasil e a outros países.

"Não é possível, nesse momento, ter um posicionamento firme diante de tantas incertezas e volatilidade. Mas, caso a situação atual se mantenha, a Weg tem um plano de ação que pode mitigar parte dos eventuais impactos", ressaltou Rodrigues.

O que é certo, na avaliação do executivo, é que os Estados Unidos não devem parar de consumir produtos importados por causa das tarifas, já que o país depende da importação de produtos acabados e também de suprimentos.

💲 Por causa disso, por sinal, a companhia já observou um aumento de preços no mercado americano. A própria Weg já fez algumas recomposições de preços para compensar a tarifa de 10% que os Estados Unidos impuseram ao Brasil em abril. Por isso, diz que a taxa não teve um "impacto significativo" nos resultados do segundo trimestre, que foram apresentados nessa quarta-feira (23).

A companhia, contudo, observou que as incertezas sobre a política tarifária americana têm atrapalhado o processo decisório de projetos de ciclo longo e, consequentemente, a demanda pelos seus produtos.

A avaliação da Weg é de que o segmento de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais de ciclo longo ainda conta com uma "boa demanda" no mercado externo, especialmente nos segmentos de óleo e gás, água e saneamento. Mas que essa demanda parece estar em desaceleração, pois as incertezas geopolíticas têm levado ao adiamento da decisão de investimentos de projetos de grande porte.

Apesar disso e das recentes decepções do mercado com os resultados da Weg, o diretor mostrou confiança na estratégia de negócios da empresa, explicando que a diversificação geográfica e de portfólio permite reações rápidas a mudanças de cenário. Rodrigues falou sobre o assunto ao comentar os resultados do segundo trimestre de 2025 com analistas nesta quinta-feira (24).

Resultados do 2T25

📊 A fabricante de motores elétricos registrou um lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no trimestre. O resultado cresceu 10,4% em relação ao mesmo período de 2024. Contudo, ficou mais uma vez abaixo do esperado pelo mercado, devido sobretudo à redução da demanda interna por projetos de ciclo longo de geração eólica de energia.

A decepção com os resultados levantou dúvidas sobre o ritmo de crescimento da empresa daqui para frente e derrubou as suas ações para a mínima em mais de um ano nessa quarta-feira (23). Contudo, o papel segue em queda na B3 nesta quinta-feira (2). Às 12h48, recuava 2,74% e era negociado por R$ 36,97, o menor valor desde 12 de junho de 2024.