Weg (WEGE3) decepciona no 1T25 e tem preço-alvo cortado por Itaú BBA, BofA e BTG

Itaú BBA, BofA, JP Morgan e BTG Pactual atualizaram seus relatórios sobre a companhia, sinalizando um cenário mais desafiador à frente.

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Publicado em 06/05/2025 às 15:57h - Atualizado 4 horas atrás Publicado em 06/05/2025 às 15:57h Atualizado 4 horas atrás por Matheus Silva
A empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão no 1T25 (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Weg (WEGE3), uma das empresas mais admiradas da B3 (B3SA3), entrou no radar de cautela dos investidores nesta semana.

Após divulgar um lucro líquido de R$ 1,54 bilhão no 1º trimestre de 2025, alta de 16,4% na base anual, mas queda de 8,8% na comparação com o trimestre anterior, as ações começaram a sofrer com cortes de projeções por grandes bancos.

Entre segunda e terça-feira, Itaú BBA, Bank of America (BofA), JP Morgan e BTG Pactual (BPAC11) atualizaram seus relatórios sobre a companhia, sinalizando um cenário mais desafiador à frente — o que representa um novo capítulo para a chamada “fábrica de bilionários” da bolsa brasileira.

Itaú BBA: recomendação mantida, mas com tom mais defensivo

O Itaú BBA reduziu o preço-alvo de R$ 67 para R$ 65 e cortou as projeções de lucro por ação em 6% para 2025 e 9% para 2026.

Apesar de manter a recomendação de compra (outperform), o banco alerta que o momento da Weg é de menos tração operacional, o que justifica uma postura mais cautelosa.

Entre os pontos de atenção destacados:

  • Receita internacional fraca: crescimento de apenas 2% em dólares, desconsiderando aquisições;
  • Margem Ebitda pressionada: expectativa de 21,5% a 22% no segundo trimestre, abaixo da média histórica.

Com as ações sendo negociadas a 26 vezes o lucro estimado, o Itaú avalia que o upside está limitado, considerando os riscos de novas revisões negativas.

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BofA rebaixa recomendação e vê risco-retorno equilibrado

Mais duro em sua avaliação, o Bank of America cortou o preço-alvo de R$ 67 para R$ 54 e mudou a recomendação de compra para neutra.

Segundo o BofA, o resultado trimestral veio 7% abaixo do esperado, e as projeções de lucro para os próximos dois anos foram revistas para baixo.

Entre os fatores de pressão:

  • Margens operacionais devem ser 1 ponto percentual menores;
  • Custo de capital próprio mais alto (+0,2 p.p.);
  • Crescimento externo limitado no curto prazo;
  • Valorização do real, que afeta a competitividade das exportações da Weg.

BTG Pactual: balanço “amargo”, mas dentro do script

O BTG Pactual manteve a recomendação de compra com preço-alvo de R$ 56, mas reconheceu que o mercado esperava mais da Weg.

O resultado do 1º tri, embora abaixo das expectativas do consenso, já estava precificado nas projeções do BTG, que revisou o lucro para baixo em 8% para 2025 e 6% para 2026.

O banco aponta que a Weg atravessa um período de crescimento mais moderado, com destaque para:

  • Pressão no câmbio, que reduz o impacto positivo das exportações;
  • Estoques de matéria-prima comprados a preços altos, que ainda não foram totalmente consumidos;
  • Desempenho da energia solar, que pressiona o mix de produtos;
  • Crescimento limitado após a aquisição da Regal, que agora entra em bases comparativas limpas.

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O que fazer com WEGE3 agora?

A Weg segue sendo uma empresa sólida, com fundamentos robustos, mas o atual momento exige realismo nas projeções.

A pressão sobre margens e o cenário global mais desafiador tornam os próximos trimestres menos empolgantes.

Com múltiplos ainda elevados e risco de revisões adicionais, o investidor de curto prazo pode considerar reduzir exposição até que as margens se estabilizem.

📊Já o investidor de longo prazo deve focar nos pilares estruturais: inovação, diversificação internacional e forte geração de caixa.