Na mínima do ano, Weg (WEGE3) tem data-com nesta 6ª feira
Weg pagará R$ 719,3 milhões em dividendos para os acionistas registrados ao final do pregão.
A Weg (WEGE3) caiu forte na B3 nesta quarta-feira (23), após decepcionar mais uma vez o mercado com os resultados do segundo trimestre de 2025.
📉 As ações da fabricante de motores elétricos operaram em baixa durante todo o dia. No fechamento, o papel afundava 8,01% e era negociado por R$ 38,01, o menor valor desde junho de 2024.
Segundo a Genial Investimentos, pela primeira vez em 5 anos, a companhia deixou de negociar com prêmio no múltiplo P/E (Preço/Lucro).
Segundo os analistas, os papeis operam atualmente com desconto de 7%, frente a uma média histórica de prêmio de 30%.
O baque reflete a frustração dos analistas com os resultados da empresa. Afinal, os dados costumavam encantar o mercado, mas ficaram abaixo das expectativas nos últimos quatro trimestres.
💲 A Weg reportou um lucro líquido de R$ 1,59 bilhão no segundo trimestre de 2025, segundo balanço divulgado nesta quarta-feira (23).
O resultado cresceu 10,4% em relação ao mesmo período de 2024. Contudo, ficou cerca de 10% abaixo do esperado pelo mercado, que projetava um lucro de R$ 1,76 bilhão, segundo a Lseg.
É verdade que, depois do crescimento acelerado da Weg nos últimos anos, o mercado nutria grandes expectativas em relação à empresa, o que ajudou a explicar parte das frustrações anteriores. Mas, desta vez, analistas dizem que as projeções já eram mais modestas e, ainda assim, não foram atendidas.
O Itaú BBA, por exemplo, afirmou que já esperava um "trimestre fraco", mas diz que os números ainda ficaram aproximadamente 6% abaixo das expectativas de receita bruta e Ebitda.
A Genial Investimentos reforçou que o cenário é de "crescimento mais fraco e margens abaixo do esperado". E a XP observou que a expansão de margem foi insuficiente para compensar a desaceleração das receitas.
"Vemos a desaceleração do crescimento orgânico como a principal preocupação em relação aos resultados de hoje", disse a XP.
🔎 Para piorar, isso acontece em um momento de incertezas domésticas e externas, que também podem prejudicar os resultados futuros da Weg.
Afinal, o investimento industrial desacelerou no Brasil, devido a fatores como os juros altos, e isso já afeta as vendas da Weg.
A companhia ainda não recebeu nenhum projeto em geração de energia eólica neste ano. Além disso, observou uma redução do crescimento de produtos como motores comerciais no mercado doméstico no segundo trimestre.
"Apesar de a economia brasileira apresentar bons números de atividade, a expectativa de uma desaceleração futura, embutida na taxa Selic de 15% a.a., tem impactado o volume de pedidos em equipamentos industriais de ciclo curto", explicou a Genial Investimentos.
Além disso, há um receio de que as tarifas anunciadas por Donald Trump afetem as vendas da Weg, já que boa parte das receitas da empresa vem dos Estados Unidos.
Para a Ativa Investimentos, o resultado do mercado externo já ficou aquém do esperado no segundo trimestre, principalmente pela acomodação da demanda por ciclo longo devido ao cenário geopolítico incerto".
E a XP observou que as incertezas macroeconômicas, associadas às tarifas, ainda podem levar a novos adiamentos de investimentos, impactando a demanda por produtos EEI (Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais).
Diante desse cenário, as casas se dividem entre recomendações neutras e de compra para as ações da Weg.
A Ativa manteve a recomendação neutra, "reforçando o cenário incerto que pressiona uma carteira de pedidos mais saudável e de longo prazo, esperando que 2025 seja um ano desafiador para a companhia".
A XP também tem essa postura, por ver "um crescimento mais lento limitando a melhoria dos lucros no curto prazo".
Já o Itaú BBA e a Genial Investimentos recomendam a compra do papel.
Para a Genial, "a Weg ainda se destaca por ter margens mais elevadas que seus pares, modelo verticalizado e presença relevante em geografias resilientes, o que justifica sua capacidade de capturar crescimento com mais eficiência".
A casa também observou que, apesar de não ter atendido às expectativas do mercado, o balanço do segundo trimestre foi robusto, "com liquidez confortável e baixa alavancagem, o que dá à companhia espaço para continuar executando aquisições estratégicas – especialmente em momentos de maior estresse global".
Já o Itaú BBA disse que a nova queda do papel pode criar "um ponto de entrada atraente para investidores de longo prazo".
Weg pagará R$ 719,3 milhões em dividendos para os acionistas registrados ao final do pregão.
Companhia já vê as incertezas tarifárias afetando preços e decisões de investimento.