Aos 95 anos, Warren Buffett cumpre o cronograma de sucessão anunciado em sua carta de despedida em novembro, encerrando um ciclo de 60 anos à frente da companhia.
Embora deixe o cargo executivo, Buffett permanecerá como presidente do conselho, garantindo que sua filosofia de valor continue guiando o conglomerado.
Os números que sustentam o legado de Buffett são, para muitos, inacreditáveis. Quando ele assumiu o controle da Berkshire em 1965 — na época uma modesta fábrica têxtil em declínio — as ações eram negociadas a meros US$ 19.
Hoje, no último dia de 2025, cada ação de classe A da companhia está cotada em aproximadamente US$ 750 mil.
Um desempenho que humilhou o mercado
A comparação com os índices de referência ajuda a dimensionar o tamanho da façanha de Buffett.
Enquanto o
S&P 500 registrou uma alta robusta de 39.054% entre 1965 e o fim de 2024 (incluindo
dividendos), a Berkshire Hathaway disparou surreais 5.502.284% no mesmo período, segundo levantamento da CNBC com base nos relatórios anuais da empresa.
Isso significa que Buffett entregou um retorno médio anual de 19,9% de forma consistente por seis décadas.
Na prática, o investidor que colocou US$ 1 mil nas mãos de Buffett no início de sua gestão hoje teria um patrimônio multimilionário, superando qualquer outra estratégia de investimento de longo prazo conhecida.
O futuro sob o comando de Greg Abel
A partir de amanhã, 1º de janeiro de 2026, o império muda de mãos. O vice-chairman
Greg Abel assume a função de CEO e terá a missão hercúlea de manter a cultura de eficiência e alocação de capital da empresa.
Abel também passará a assinar a tradicional carta anual aos acionistas, um documento que se tornou a "bíblia" dos investidores de valor em todo o mundo.
Para o mercado, a sucessão é vista com confiança, dado que Abel foi preparado por anos sob a tutela direta de Buffett e do falecido Charlie Munger.
No entanto, o desafio será provar que a Berkshire consegue manter seu prêmio de valor sem a presença diária do homem que transformou uma tecelagem falida no maior conglomerado de investimentos do planeta.
A filosofia que fica
Warren Buffett se despede do cargo executivo deixando lições que vão além dos números, abrange a importância da paciência, a busca por empresas com "fossos competitivos" (moats) e o desdém pela volatilidade de curto prazo.
📊 Para os investidores, o sucesso de Buffett é a prova definitiva de que os juros compostos, quando aliados ao tempo e à disciplina, são a força mais poderosa do universo financeiro.