Vale (VALE3) e BHP encerram processo de recuperação judicial da Samarco
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
O STF (Supremo Tribunal Federal) suspendeu novamente o julgamento que trata da tributação dos lucros obtidos por empresas brasileiras no exterior e afeta diretamente a Vale (VALE3).
💲 A Vale acionou a Justiça para evitar a bitributação dos lucros obtidos por meio das suas controladas na Bélgica, Dinamarca e Luxemburgo e, assim, escapar da obrigação de pagar R$ 22 bilhões em impostos no Brasil.
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) já decidiu em favor da empresa, argumentando que o Brasil possui tratados internacionais com esses países para evitar a bitributação. No entanto, a União recorreu da decisão, defendendo a taxação no Brasil.
O assunto chegou ao STF em 2015 e já teve outras duas tentativas frustradas de julgamento. Nesta sexta-feira (7), voltou à pauta do Plenário Virtual do STF, mas foi suspenso após pedido de vista.
⚖️ O julgamento começou com o voto do relator, o ministro André Mendonça, que manteve a decisão do STJ, favorável à Vale.
Contudo, o ministro Gilmar Mendes votou divergindo do relator. Ele alegou que o sistema tributário brasileiro adota o critério da residência. Logo, "uma pessoa jurídica residente no Brasil deve reportar ao Brasil todo o seu rendimento auferido mundialmente".
O ministro Alexandre de Moraes acompanhou a divergência aberta por Gilmar Mendes, reconhecendo a "legitimidade da incidência do IRPJ e da CSLL sobre os lucros obtidos pela empresa controladora no Brasil, decorrentes dos resultados gerados por suas empresas controladas localizadas no exterior".
Com isso, o placar ficou em 2 a 1, em favor da União. Contudo, o ministro Kassio Nunes Marques apresentou um pedido de vistas, o que suspendeu novamente o julgamento por até 90 dias.
Leia também: Brasileiros já pagaram quase uma Petrobras (PETR4) em impostos em 2025, entenda
🔎 O julgamento não tem repercussão geral. Ou seja, o seu desfecho não será replicado automaticamente a outros casos desse tipo. Contudo, pode alterar a jurisprudência do STF, que é favorável à União, e, assim, permitir que outras empresas obtenham vitórias judiciais contra a União. Por isso, também é acompanhado de perto pelo Executivo.
O governo federal incluiu o possível impacto de R$ 22 bilhões do processo relativo à Vale na proposta orçamentária de 2025. Contudo, calcula que o impacto poderia chegar a R$ 142,5 bilhões se fosse estendido a outros processos semelhantes.
Neste caso, esse valor teria que ser devolvido pela Receita Federal, com base nos valores arrecadados entre 2017 e 2021. Além disso, o Fisco estimou em fevereiro de 2023 perdas futuras de R$ 28,5 bilhões em arrecadação.
O caso estava em curso desde a crise gerada pelo rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, em Mariana (MG).
AGU diz que Vale extraiu minério de forma irregular na mina do Tamanduá, em Minas Gerais.