🚨 O ano de 2025 não foi fácil para os acionistas da
Cosan (CSAN3) e da
Raízen (RAIZ4). Com a taxa de juros estacionada no patamar de 15% durante quase todo o período, as companhias enfrentaram dificuldades com o alto endividamento e estratégias que ainda não mostraram os frutos prometidos.
Diante dessa realidade, o JPMorgan divulgou uma análise atualizada mantendo recomendação neutra para ambos os ativos, refletindo a baixa visibilidade sobre o futuro próximo.
De acordo com o relatório do banco, o desempenho dessas empresas agora depende de eventos específicos, como novos aportes de capital e possíveis fusões. Os analistas destacam que existe pouca clareza sobre quando ou em que tamanho esses movimentos vão acontecer. Para a Cosan, o preço alvo sugerido é de R$ 6, enquanto a Raízen segue sem um preço alvo definido devido às incertezas operacionais.
Os desafios da Cosan e a estratégia de capitalização
A Cosan tem buscado alternativas para aliviar sua estrutura financeira. Recentemente, a holding fechou um acordo para entrada de capital através do
BTG Pactual (BPAC11) e da Perfin. Segundo o JPMorgan, essa movimentação é positiva para a governança da companhia, mas a tese de investimento continua muito dependente de fatores externos.
Os analistas afirmam que "considerando um desconto de 25% em relação ao valor patrimonial, consistente com o observado em algumas holdings selecionadas da América Latina, não vemos potencial significativo de valorização para as ações".
A expectativa é que a administração consiga reduzir a alavancagem focando investimentos apenas nas empresas subordinadas. Uma melhora no mercado de capitais, com queda de juros e novos
IPO (Oferta Pública Inicial), poderia ajudar a destravar o valor dos papéis no médio prazo.
Raízen vira penny stock e enfrenta reestruturação
A situação da Raízen é ainda mais delicada. O papel passou a ser negociado abaixo de R$ 1, o que a classifica como uma penny stock. Por conta disso, a
B3 (B3SA3) solicitou que a empresa apresente um plano para recuperar o valor de sua cotação.
A grande preocupação do mercado recai sobre a queima de caixa e a alavancagem elevada, que deve chegar a 4 vezes no fechamento do quarto trimestre de 2026.
📈 Apesar do pessimismo com os preços do açúcar e do etanol, os analistas veem uma luz no fim do túnel na parte operacional. A Raízen está implementando mudanças que podem gerar uma economia anual superior a R$ 500 milhões. No longo prazo, esse ajuste pode somar R$ 10 bilhões e ajudar na redução da dívida bruta, permitindo que a gigante do setor de energia volte a focar em seus ativos principais.