Usiminas (USIM5) registra prejuízo de R$ 3,5 bi, mas planeja pagar dividendos em 2025

Mesmo com balanço negativo, empresa estuda distribuir proventos; BTG Pactual classificou resultado como “confuso”.

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Publicado em 24/10/2025 às 17:18h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 24/10/2025 às 17:18h Atualizado 10 horas atrás por Wesley Santana
Usiminas é uma siderúrgica nacional com valor de mercado de R$ 6 bi  (Imagem: Divulgação)
Usiminas é uma siderúrgica nacional com valor de mercado de R$ 6 bi (Imagem: Divulgação)

A Usiminas (USIM5) divulgou, nesta sexta-feira (24), os resultados financeiros do terceiro trimestre do ano. A empresa reverteu o lucro líquido de um ano antes e registrou um prejuízo de R$ 3,5 bilhões no período entre julho e setembro de 2025.

Mesmo com o número negativo, a companhia tem planos de remunerar seus investidores ainda neste ano. Segundo o vice-presidente da companhia, estuda-se a possibilidade de distribuir dividendos nos próximos meses.

“Não temos uma decisão ainda. Estamos avaliando a possibilidade de distribuição de dividendos este ano”, disse Thiago Rodrigues, que acumula a diretoria de finanças. Ele ainda comentou que a companhia mantém uma alavancagem financeira controlada, que estaria em 0,16x no final de setembro.

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A notícia chega com certo alívio para os investidores da empresa, que não veem proventos pingando na conta há ao menos um ano. O último pagamento foi realizado em junho do ano passado, quando a empresa depositou R$ 0,28 por ação.

Mesmo assim, o anúncio não foi capaz de controlar o baixo ânimo do mercado em relação ao balanço. No fechamento do pregão, a companhia acumulou uma desvalorização de 2,2%, terminando a semana com as ações cotadas abaixo de R$ 5.

Balanço confuso

Em relatório divulgado durante a tarde, a equipe do BTG Pactual disse que o balanço da companhia foi “confuso”. Eles entendem que ainda há uma forte pressão operacional, mesmo que o Ebitda tenha subido 6% na comparação anual, para R$ 434 milhões.

A equipe do banco ainda ressaltou que o ambiente doméstico se mostra bastante desafiador, sobretudo por causa das importações que vêm impactando os preços no mercado interno. O banco manteve sua recomendação neutra para os papéis, com preço-alvo de R$ 5.

“Continuamos vendo a Usiminas como uma aposta de curto prazo, ligada à agenda antidumping. Fora desse catalisador, o cenário continua pressionado pela fraqueza estrutural da indústria siderúrgica no Brasil”, afirmaram os analistas.