Ibovespa sobe com Petrobras (PETR4), recordes nos EUA e trégua comercial
Já o dólar à vista teve queda de 0,41% e fechou cotado a R$ 5,3703, acompanhando o maior apetite ao risco global.
Os japoneses ajudaram a erguer a Usiminas (USIM5) há quase 70 anos, em meio ao esforço do governo de Juscelino Kubitschek de criar uma indústria siderúrgica no Brasil. Mas, agora, estão de fora da companhia.
👋 As japonesas Nippon Steel e Mitsubishi Corporation estavam entre os principais acionistas da Usiminas até esta quarta-feira (5), mas fecharam um acordo para vender toda a sua participação na companhia brasileira para o grupo ítalo-argentino Ternium.
A transação envolve 21,7% das ações ordinárias da Usiminas (USIM3). Isto é, 153,1 milhões de papeis que foram vendidos por US$ 2,06 cada (pouco mais de R$ 11 na cotação atual). Logo, totaliza US$ 315,2 milhões (quase R$ 1,7 bilhão).
O preço é bem superior à atual cotação do papel (as ações ordinárias da Usiminas eram cotadas a R$ 5,44 no fechamento de terça-feira, 4), pois foi definido em 2023, quando a Ternium fechou um acordo com a Nippon Steel para assumir o controle da Usiminas.
🔎 Naquela época, as empresas afirmaram que a Usiminas precisava de "uma liderança mais forte por qualquer dos referidos acionistas" para continuar crescendo em meio a um ambiente desafiador de negócios.
Nos bastidores, o rumor era de que o estilo de gestão dos japoneses e dos argentinos era muito distinto e acabou contribuindo para o trato. A Ternium saiu na frente, com a justificativa de que a sua extensa rede na América Latina seria benéfica para os negócios.
Já em 2023, a Ternium comprou 68,6 milhões de ações da Usiminas que estavam nas mãos dos japoneses, por R$ 687 milhões. Com isso, a companhia passou a deter 49,5% das ações ordinárias da siderúrgica brasileira, além do direito de indicar o presidente e a maioria dos seus conselheiros.
O acordo ainda previa que a Ternium poderia adquirir as demais ações dos japoneses a qualquer momento depois do segundo aniversário da transação, o que aconteceu nesta quarta-feira (5).
Leia também: Usiminas (USIM5) registra prejuízo de R$ 3,5 bi, mas planeja pagar dividendos em 2025
📈 Com isso, o grupo passou a deter 71,02% das ações ordinárias da Usiminas. Isto é, o equivalente a 92,95% do grupo de controle da empresa (os outros 7,1% são da caixa de previdência dos funcionários da Usiminas).
Em nota, a empresa disse que "este investimento adicional reforça ainda mais o compromisso da Ternium com a Usiminas e com o mercado siderúrgico brasileiro".
"A Ternium continuará trabalhando para levar a Usiminas ao seu pleno potencial, comprometida em aprimorar sua competitividade e valor, no melhor interesse da Usiminas e de todos os seus stakeholders", acrescentou.
A Nippon Steel disse apenas que manteria o mercado informado acerca dos desdobramentos da operação. Afinal, a conclusão do negócio ainda depende da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
Para analistas, o negócio simplifica a estrutura corporativa da Usiminas, o que pode dar celeridade a decisões estratégicas, mas também levantar debates sobre um possível fechamento de capital. Ou seja, colocar a Usiminas na lista de empresas que estão de saída da B3.
Já o dólar à vista teve queda de 0,41% e fechou cotado a R$ 5,3703, acompanhando o maior apetite ao risco global.
Mesmo com balanço negativo, empresa estuda distribuir proventos; BTG Pactual classificou resultado como “confuso”.