Embraer (EMBR3): Eve prevê produção do 1º ‘carro voador’ ainda este ano
O foco é produzir um veículo real, que será usado para futuros testes e certificação junto à ANAC.
A Embraer (EMBR3) não é mais uma unanimidade entre os analistas. Isso porque o UBS BB rebaixou a recomendação para os papeis da companhia, de neutra para venda, nesta terça-feira (19).
✈️ Para os analistas do banco suíço, o mercado estaria otimista demais com o desempenho da fabricante de aeronaves brasileira. Por isso, pode acabar se desapontando com os resultados de 2025.
No geral, o mercado projeta fortes entregas comerciais, margens e pedidos para a Embraer. Contudo, o UBS BB acredita que o Brasil e outros locais da América Latina não oferecem vantagens competitivas para os projetos da companhia. Por isso, avalia que o ambiente competitivo não é favorável.
O banco suíço também cita a forte competição com a Airbus, sobretudo no segmento de jatos comerciais. Além disso, mostra uma visão conservadora sobre as perspectivas do C-390, a aeronave de transporte militar da Embraer. O UBS argumenta que, embora o C-390 seja alvo de mais de 60 declarações formais de intenção, só37 pedidos firmes de aeronaves foram registrados.
💲 Apesar desse entendimento, o UBS BB elevou o preço-alvo para os ADRs (American Depositary Receipts) da Embraer, de US$ 29 para US$ 32. O papel fechou a segunda-feira (18) cotado a US$ 38,81, mas cai mais de 4% nesta terça-feira (18) e bateu em US$ 36,33 na mínima do dia.
Para as ações da Embraer negociadas na B3, o preço-alvo do UBS BB é de R$ 46,50, o que implica um potencial de desvalorização de aproximadamente 16% em relação ao último fechamento. O papel era negociado por R$ 55,66 ao final do pregão de segunda-feira (18) e também cai forte nesta terça-feira (19).
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O UBS BB cortou a recomendação para os papeis da Embraer nesta terça-feira (19), após a companhia realizar um encontro com investidores em Nova York e apresentar dados classificados como positivos por outros bancos e casas de análise.
A XP, por exemplo, tem uma recomendação neutra em relação ao papel, mas afirmou que a Embraer apresentou indicações positivas para todos os seus segmentos de atuação e "continua vocal sobre perspectivas de crescimento".
Já o BTG Pactual indicou que o otimismo segue intacto após o evento e manteve a recomendação de compra para o papel. O banco citou um ciclo de lucros sólido, que pode compensar a atual valuation das ações, que já subiram quase 140% neste ano.
O Itaú BBA disse que a Embraer continua a ser uma das suas principais escolhas, mesmo com as ações tendo superado seus níveis históricos de avaliação. Para o banco, a companhia ainda tem apelo quando comparada à Airbus e à Boeing e alinha-se bem com investidores que buscam exposição a casos de desalavancagem não vinculados aos desafios macroeconômicos do Brasil.
O UBS BB reconheceu que ia na contramão do consenso de mercado ao cortar a recomendação para o papel. Contudo, argumentou que os investidores locais têm sido motivados por resultados de curto a médio prazo e se disse mais conservador.
Além disso, o banco suíço pontuou que os investidores estrangeiros de longo prazo gostariam de ver a Embraer juntando-se ao "duopólio da Airbus e da Boeing" no mercado de aviões de corredor único, o que, para os analistas do UBS BB, não é provável.
O foco é produzir um veículo real, que será usado para futuros testes e certificação junto à ANAC.
A carteira de pedidos firmes atingiu o maior nível em sete anos, totalizando US$ 21,1 bilhões no final de março.