As taxas no
Tesouro Direto voltaram a subir nesta quarta-feira (8), quando se olha para a trajetória dos títulos públicos que prendem o dinheiro dos investidores por mais tempo, o que, consequentemente, gera perdas ao redor de −1% na marcação a mercado em apenas um dia.
Na avaliação de Rafael Passos, analista da gestora Ajax Asset, o patrimônio de quem aplica na
renda fixa do governo brasileiro oscila ao sabor da votação relâmpago da
Medida Provisória (MP) 1.303/2025 no Congresso Nacional, cujo prazo crítico se encerra hoje, além de pesquisa Quaest recente que aponta melhora na aprovação do governo Lula.
Para chegar a um acordo com as lideranças, o relator apresentou um novo parecer, com a retomada da isenção sobre letras de crédito, como
LCAs e
LCIs, e recuo no aumento da tributação de 12% para 18% sobre as bets.
"Ou seja, o texto da MP da taxação deve ser aprovado, mas com desidratações. Por ora, o governo Lula se articula para as votações em plenário, com possibilidade de novas modificações no texto", comenta o especialista.
Se não bastasse a perda de arrecadação de R$ 3 bilhões prevista para 2026 aos cofres públicos, segundo pesquisa realizada pela Quaest, entre 2 e 5 de outubro, a aprovação do presidente Lula subiu 2 pontos percentuais ante levantamento do mês anterior, atingindo 48%, o que também aumenta as chances da tarifa zero para o transporte público virar realidade e pressionar ainda mais a situação fiscal do Brasil.
Todos esses aspectos ajudam a entender o porquê da remuneração do
Tesouro IPCA+ 2050 ter disparado de
IPCA+ 7,01% ao ano no último dia 7 de outubro para os atuais
IPCA+ 7,06% ao ano. Todavia, o seu preço unitário recuou de R$ 854,76 para R$ 845,32, respectivamente, ou seja, prejuízo de marcação a mercado de −1,10%.