Taurus (TASA4) tem prejuízo de R$ 9 milhões no 2º trimestre

Segundo a fabricante de armas, resultado foi afetado pela alta do dólar.

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Publicado em 13/08/2024 às 18:53h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 13/08/2024 às 18:53h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Taurus é a maior fabricante de revólveres do mundo (Shutterstock)

A Taurus (TASA4) sofreu um prejuízo líquido de R$ 9 milhões no segundo trimestre de 2024, revertendo o lucro de R$ 48,9 milhões registrado no mesmo período de 2023.

💵 Segundo a fabricante de armas, o resultado negativo é fruto da alta do dólar. Isso porque a variação cambial teria gerado um impacto de R$ 45,7 milhões sob as contas da empresa, devido à dívida tomada em dólares.

Em balanço publicado nesta terça-feira (13), a Taurus diz, então, que esta "é uma situação temporária, de caráter contábil, causada por fator externo à Taurus, que conta hoje com estrutura sólida e resiliente em termos operacionais e financeiros".

A fabricante de armas, no entanto, já vinha registrando queda na lucratividade há alguns trimestres. Afinal, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impôs regras mais duras para o acesso a armas no Brasil e isso afetou as vendas da empresa. Além disso, o mercado norte-americano também desacelerou.

📉 Com isso, a Taurus vendeu 281 mil unidades no segundo trimestre deste ano, isto é, 16,6% menos que no mesmo período de 2023. A produção caiu 37,4%, para 236 mil unidades.

Como resultado, a receita da Taurus caiu 13,3%, somando R$ 407,9 milhões. Já o Ebitda ajustado recuou 29,2%, para R$ 58,0 milhões, mesmo com a empresa reduzindo custos e despesas. A margem Ebitda ajustado foi de 14,2%, ante 17,4%.

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Perspectivas positivas para o segundo semestre

Apesar desses resultados, a Taurus conta com uma retomada do mercado de armas no Brasil e nos Estados Unidos neste segundo semestre de 2024.

No balanço do segundo trimestre, a companhia explicou que a regulamentação das novas leis armamentistas brasileiras avançou nos últimos meses, permitindo inclusive novos registros e permissões de aquisição de armas por parte dos CACs (colecionadores, atiradores desportivos e caçadores).

A Taurus diz, então, que, embora ainda não tenha sido verificada a "plena retomada da demanda civil por armas", "a perspectiva é de gradual recuperação do mercado doméstico, de modo a atender a demanda represada por mais de um ano, desde janeiro/2023, assim como a nova demanda".

Além disso, a companhia tem boas perspectivas para o mercado dos Estados Unidos, devido às eleições presidenciais de novembro.

"Tradicionalmente, em ano de eleições, a demanda nos EUA tende a aumentar em função da incerteza em relação ao candidato que será eleito e consequente possível mudança da política a ser adotada para o setor após a posse do novo governo", diz a Taurus.

A fabricante de armas afirmou ainda que a entrada de Kamala Harris na disputa deve contribuir com essa tendência, já que a candidata democrata tem "como histórico e entre seus principais pontos de campanha o firme posicionamento favorável a um controle mais rígido sobre armas de fogo".