SLC Agrícola (SLCE3) rebate acusação de desmatamento, veja

Companhia é citada em relatório da ONG britânica Earthsight sobre desmatamento e grilagem no Cerrado.

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Publicado em 12/04/2024 às 19:41h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/04/2024 às 19:41h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
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A SLC Agrícola (SLCE3) foi citada em uma investigação da ONG britânica Earthsight sobre casos de desmatamento e grilagem do Cerrado. Contudo, rebateu as acusações nesta sexta-feira (12).

🔥 A companhia brasileira disse que as acusações de desmatamento feitas pela ONG britânica "são equivocadas", pois opera "dentro dos limites legais e que segue as determinações dos órgãos ambientais Estaduais e Federais".

"A empresa segue valores e princípios claros, cumpridos por toda a equipe, da direção aos colaboradores mais recentes. Por isso, mais uma vez, condenamos afirmações infundadas que buscam prejudicar a reputação e o histórico de sucesso da agricultura brasileira e da SLC Agrícola", afirmou.

O que diz a Earthsight

Em relatório publicado na quinta-feira (11), a Earthsight diz que a produção de algodão estaria contribuindo com a destruição do Cerrado, especialmente no oeste da Bahia, onde a SLC Agrícola e o Grupo Horita produzem.

👕 Intitulada de Fashion Crimes, a publicação diz que o algodão produzido nessa região brasileira é exportado para empresas asiáticas que transformam a commodity em roupas. Essas peças seriam compradas por gigantes do varejo de moda mundial, como H&M e Zara.

"A Earthsight descobriu que o algodão usado pelas gigantes da moda H&M e Zara está ligado ao desmatamento em grande escala, à apropriação de terras, às violações dos direitos humanos e aos violentos conflitos de terra no Cerrado brasileiro", diz o relatório.

Além disso, a ONG disse que o Grupo Horita e a SLC Agrícola estariam ligadas a "danos ao Cerrado, às suas comunidades tradicionais e ao clima". Segundo a ONG, essas companhias têm um "histórico flagrante de desmatamento ilegal e infrações ambientais no oeste da Bahia".

Especificamente sobre a SLC Agrícola, o relatório diz que as fazendas da companhia perderam pelo menos 40 mil hectares de Cerrado nativo nos últimos 12 anos e afirma que o desmatamento continuou mesmo depois de a empresa adotar uma política de desmatamento zero em 2021. Por isso, a SLC Agrícola teria recebido mais de US$ 250 mil em multas por infrações ambientais do Ibama desde 2008.

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O que diz a SLC Agrícola

Em comunicado publicado nesta sexta-feira (12), a SLC Agrícola avaliou que "o Brasil tem uma das legislações ambientais mais avançadas do mundo, com a definição de áreas para reserva legal, ou seja, áreas que serão preservadas permanentemente e cuja responsabilidade é do proprietário da terra".

"No caso da SLC Agrícola, possuímos 113 mil hectares de reserva legal, com objetivo de preservação da fauna e flora nativas", acrescentou, reafirmando "seu compromisso com a transparência e o respeito ao meio ambiente e às comunidades locais",

"A empresa busca fornecer para seus clientes produtos de alta qualidade, produzidos de forma sustentável, consolidando sua reputação global", afirmou.

Em relação às acusações de desmatamento, a SLC Agrícola disse que a sua política de desmatamento zero "está sendo rigorosamente cumprida" e que demonstrou por meio de mapas enviados à Earthsight que um incêndio atingiu uma área da Fazenda Palmares, na Bahia, em 2022.

"Além disso, a empresa evidenciou, com esses mapas, que a área está em plena recomposição de sua mata nativa e biodiversidade, pois a legislação brasileira não permite o plantio em área de reserva legal", completou.

Sobre um caso de apropriação de terras na região de Capão Modesto mencionado pela ONG britânica, a SLC Agrícola disse que opera como arrendatária na região, a cerca de 40 quilômetros da reserva legal que seria palco do conflito.

"As áreas de reserva legal e preservação permanente não fazem parte do escopo do contrato de arrendamento, sendo de responsabilidade do proprietário sua manutenção e preservação. Quando arrendamos a área, avaliamos que a documentação do imóvel estava adequada", alegou.

A companhia também disse que recorreu das multas aplicadas pelo Ibama com "fortes argumentos e documentos contestando os motivos alegados". As multas estão em tramitação, sem julgamento definitivo até o momento.

As ações da SLC Agrícola chegaram a liderar as perdas do Ibovespa na quinta-feira (11), após a publicação do relatório da Earthsight. Fecharam o dia com queda de 4,18% e caíram mais 1,54% nesta sexta-feira (12). O saldo da semana foi um baque de 4,29%.