Musk ameaça deixar a Tesla (TSLA34) se não receber “bolada” de US$ 1 trilhão
A proposta prevê que o bilionário receba 423,7 milhões de novas ações, elevando sua participação total para quase 29%.
 
                                    A Tesla (TSLA34) está no meio de uma queda de braço. De um lado, Elon Musk pede um salário de US$ 1 trilhão para se manter à frente da companhia; do outro, uma revolta por parte do sindicato que representa os acionistas minoritários da fabricante de carros elétricos.
O salário de Musk seria o maior já pago a um CEO de empresas dos Estados Unidos. Para isso, no entanto, foram impostas uma série de requisitos que devem ser cumpridos por Musk no decorrer dos anos.
O pacote trilionário ainda não foi aprovado, mas, no que depender dos conselheiros, deve ser. Nesta semana, a presidente do conselho de administração da Tesla alertou que a liderança de Musk é fundamental para o futuro da companhia e, caso o pagamento não seja aprovado, ele pode deixar o comando da marca.
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“Reter e incentivar Elon é fundamental para que a Tesla se torne a empresa mais valiosa da história”, disse Robyn Denholm, presidente do conselho da Tesla, em carta aos investidores. “[O pacote foi] projetado para alinhar um extraordinário valor de longo prazo para os acionistas com incentivos que impulsionarão o desempenho máximo do nosso líder visionário”, completou.
Atualmente, Elon não tem um salário fixo para estar no cargo de CEO, já que sua remuneração varia conforme o desempenho da marca. Na nova proposta, a ideia é que o executivo passe a ter uma remuneração fixa mensal, mas que também aumente suas ações na companhia e, no futuro, eventualmente, tenha uma fatia bem maior do que os atuais 13% de capital social.
A decisão sobre o novo tipo de pagamento de Musk deve sair na próxima semana, quando o conselho se reúne para deliberar sobre o assunto. Ainda não está claro se a maioria dos conselheiros está favorável, mas o sindicato deve pressionar para barrar a medida.
A principal preocupação está em relação à governança corporativa da Tesla, que pode sofrer caso o empresário assuma uma fatia ainda maior.
“A ideia de que outro grande prêmio em ações irá, de alguma forma, reorientar um homem que está distraído é ilógica e contrária às evidências”, destacou Thomas DiNapoli, que tem cerca de 3 milhões de ações da companhia, representando apenas 0,1% do market cap. “Isso não é pagamento por desempenho. É um pagamento por poder sem controle”, completou.
A proposta prevê que o bilionário receba 423,7 milhões de novas ações, elevando sua participação total para quase 29%.
No entanto, para alcançar o Brasil, o empresário teria de aumentar em quatro vezes o valor do seu patrimônio.