Renda fixa pagará mais no Tesouro Selic a 15% ou no Tesouro IPCA+ de 7% ao ano?

Analistas da XP buscam responder se é melhor agora investir em CDI ou IPCA+ para aproveitar taxas no Tesouro Direto.

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Publicado em 27/08/2025 às 16:26h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 27/08/2025 às 16:26h Atualizado 11 horas atrás por Lucas Simões
Entenda como extrair o melhor dos diferentes indexadores de renda fixa em 2025 (Imagem: Shutterstock)

Se tem uma coisa indispensável na hora de colocar dinheiro na renda fixa, e até mais importante que a taxa de rentabilidade oferecida, é o investidor refletir sobre quanto tempo estará disposto a deixar a sua grana emprestada sobre o efeito dos juros compostos.

Uma vez tendo a clareza de quanto tempo a renda fixa será a ferramenta que multiplicará o seu dinheiro, fica bem mais fácil entender qual é o diagnóstico dos analistas da XP Investimentos (XPBR31) para responder à pergunta de milhões: é melhor investir agora em CDI ou IPCA+?

Olhando para a segurança dos títulos públicos no Tesouro Direto, a opção de CDI presente é, na verdade, o Tesouro Selic, que espelha a rentabilidade de 15% ao ano entregue pela atual taxa Selic. Na outra ponta, é possível encontrar títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+ 2050, oferecendo juros reais de quase 7% ao ano.

Para as analistas Camilla Dolle, Mayara Rodrigues e Rachel de Sá, quem pensa em extrair os elevados juros compostos da renda fixa apenas pelo curto prazo, ou seja, pelos próximos 12 meses, os títulos indexados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) são a melhor opção.

"Para investidores que priorizam menor oscilação, o CDI permanece como um indexador eficiente, sobretudo em momentos de Selic elevada e para objetivos de curto prazo. Títulos como o Tesouro Selic oferecem elevada segurança e liquidez diária, indicados para reserva de emergência, gestão de caixa ou aproveitamento de oportunidades", comentam as especialistas da XP, em relatório publicado nesta quarta-feira (27).

Outro fator que joga a favor do Tesouro Selic é que emprestar dinheiro ao governo brasileiro com a taxa básica de juros rodando a 15% ao ano e com sinais de manutenção pelos próximos meses deve gerar um carrego maior no curto prazo, em comparação aos títulos indexados à inflação ( IPCA+).

Leia mais: LCAs e LCIs: Renda fixa isenta paga até 14% ao ano no curto prazo

Quando o IPCA+ atropela o CDI?

Lembra que considerar o prazo de investimento é fundamental para escolher o melhor tipo de renda fixa? Pois é, quem está disposto a se travar com juros compostos atrativos pelos próximos anos, a XP recomenda priorizar os títulos indexados à inflação, como, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2050, negociado no Tesouro Direto. Mas, aguente a volatilidade.

"A análise histórica confirma que o IMA-B superou o CDI nos últimos 10 anos, contudo, essa maior rentabilidade está associada a uma maior volatilidade. Conforme observado, a maior rentabilidade é vista especialmente em períodos de fechamento da curva de juros, enquanto a maior sensibilidade tende a acompanhar mudanças no cenário macroeconômico", destaca o trio de analistas.

O IMA-B, carteira de renda fixa elaborada pela Anbima, reflete o desempenho dos títulos públicos indexados ao IPCA em diferentes prazos. Esse índice de referência teve valorização de +173,9% nos últimos 10 anos, ao passo que o CDI rendeu +143,4%.

Já quando a XP apurou os desempenhos de ambos os índices no curto prazo, o CDI saltou +14% em 12 meses, ao passo que o IMA-B, que representa uma carteira de Tesouro IPCA+, teve avanço de apenas +2,6% nas mesmas condições.

"Essa dinâmica evidencia a importância da janela de observação na análise das opções disponíveis. Como vimos, um investidor que tenha focado em ganhos mais elevados no curto prazo teria perdido o chamado “carrego” dos títulos IPCA+. Além disso, teria tido retornos abaixo da inflação em determinados períodos", explicam as profissionais da XP.

Ou seja, o Tesouro Selic pode não ser suficiente para preservar o valor real do investimento em renda fixa, comprometendo o poder de compra do investidor em prazos maiores de tempo. Fora que, além da compra direta no Tesouro Direto, existem outras formas de diversificar o patrimônio.

ETFs de renda fixa

Os ETFs, que são fundos de índices listados em bolsa, permitem que de uma só vez se compre uma cesta diversificada de investimentos, que, inclusive, podem apenas ser títulos de renda fixa sob medida.

O Investidor10 apurou a seguir algumas das principais opções de ETFs de renda fixa disponíveis na bolsa brasileira, que dão acesso tanto ao CDI quanto ao IPCA+. Acompanhe: