Se em outubro de 2025, 
a volatilidade marcou os investimentos em renda fixa, resultando em 
ganhos modestos, neste início de novembro quem decidiu colocar dinheiro no 
Tesouro Direto também encontra taxas sem direção definida, ao passo que o Ibovespa superou pela primeira vez em sua história os 150 mil pontos nesta segunda-feira (3).
 
Enquanto o 
Tesouro IPCA+ 2050 viu sua remuneração cair de IPCA+ 7,01% ao ano no último dia 31 de outubro para os atuais IPCA+ 6,96% ao ano, implicando em lucro na marcação a mercado de +1,20%, a taxa do 
Tesouro IPCA+ 2040 oscilou de IPCA+ 7,25% ao ano para IPCA+ 7,30% no mesmo período, resultando em prejuízo de -0,7% no patrimônio dos investidores.
 
O mercado até reduziu as expectativas de inflação no Brasil para os próximos anos, conforme aponta o 
mais recente Boletim Focus, o que abre espaço para apostas mais consistentes de cortes na 
taxa Selic a partir de 2026. Todavia, os títulos públicos no Tesouro Direto têm reagido cada um à sua maneira.
 
Ainda que o retorno da renda fixa esteja bem menor que as máximas vistas no início de 2025, o analista Rafael Passos, da gestora Ajax Asset, argumenta que o risco fiscal não pode ser ignorado pelos investidores, especialmente com a bomba relógio contratada para 2027, evento que deverá trazer muita volatilidade às taxas do Tesouro Direto.
"O mais recente déficit primário de R$ 14,5 bilhões mostra a piora das contas públicas, com desaceleração da receita e aumento de gastos. O governo Lula deixou de fazer o contingenciamento devido e o gasto discricionário ainda subiu. Assim, se mostra insustentável o arcabouço fiscal em 2027, que deverá passar por reconfiguração", alerta o especialista.