Real ganhou mais de 4% após pânico sobre recessão nos EUA

Foi o melhor desempenho entre as moedas emergentes, segundo o economista Robin Brooks.

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Publicado em 12/08/2024 às 11:32h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/08/2024 às 11:32h Atualizado 3 meses atrás por Marina Barbosa
Dólar é negociado abaixo de R$ 5,50 nesta 2ª feira (Shutterstock)

O real já se valorizou mais de 4% frente ao dólar desde que o mercado passou a considerar a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos. Com isso, foi a moeda emergente que mais ganhou na crise, segundo levantamento do economista Robin Brooks.

💵 Membro sênior do The Brookings Institution, ex-economista chefe do Institute of International Finance e ex-extrategista do Goldman Sachs, Robin Brooks comparou o desempenho de moedas emergentes entre os dias 1º e 9 de agosto, ou seja, na semana em que bolsas mundiais derreteram diante do temor de uma recessão na maior economia do globo.

"Desde toda a turbulência do mercado desencadeada pela fraca folha de pagamento dos Estados Unidos em 2 de agosto, o real brasileiro é a moeda de mercados emergentes com melhor desempenho", disse Robin Brooks, no X (ex-Twitter), no domingo (11).

📈 Ele constatou que o real teve uma valorização de 4,31% neste período. Isto é, mais de 1 ponto percentual de diferença em relação à moeda emergente que teve o segundo melhor desempenho do período: o ringuite, da Malásia.

Ainda de acordo com o levantamento de Brooks, apenas cinco moedas emergentes se desvalorizaram perante o dólar nesse período: as moedas da Rússia, Turquia, Argentina, África do Sul e Índia. Veja os dados:

Entre 2 e 9 de agosto, o dólar caiu de R$ 5,74 para R$ 5,51. Na avaliação de Brooks, o real conseguiu sair ganhando enquanto investidores de todo o mundo entravam em pânico porque "o Brasil teve zero carry trades entre toda a negatividade deste ano".

"Os mercados estão se lembrando dos pontos positivos sobre o Brasil", afirmou.

Em julho, Brooks já havia falado que os brasileiros eram os principais responsáveis pela fraqueza do real, pois estavam retirando dinheiro do país em meio às preocupações sobre a independência do Banco Central e a situação fiscal.

Ele também disse, contudo, que o maior problema brasileiro não era o fiscal, mas as altas taxas de juros reais. Para ele, "a melhor maneira de reduzir as taxas reais é apoiar um Banco Central totalmente independente".

Vale lembrar que, apesar dessa recente valorização, o real ainda perde mais de 13% para o dólar em 2024. Afinal, o dólar era negociado por R$ 4,85 no início de 2024 e nesta segunda-feira (12) valia R$ 5,48 às 11h30. Na máxima do ano, chegou a R$ 5,86.