Em estudo elaborado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, o especialista aponta que 19 companhias que integram o
IAGRO carregam nos lombos desvalorização no acumulado de 2025 até o último dia 24 de outubro.
"Isso evidencia aos investidores em bolsa de valores o impacto da queda generalizada em setores como agropecuária, papel & celulose, açúcar & etanol e materiais rodoviários", comenta o consultor financeiro.
Embora pouco conhecida da maioria dos investidores pessoas físicas, os papéis da
Recrusul (RCSL3) ostentam tombo de -73,91%. Curioso é que suas ações preferenciais (
RCSL4) tenham se apreciado +50,04% em igual intervalo de tempo.
A Recrusul é uma típica empresa "porteira afora" que contribui para a roda do agronegócio no Brasil girar, uma vez que é especializada na produção de carrocerias, baús frigoríficos e soluções para transporte de cargas especiais. A empresa atende a setores como alimentos, bebidas, farmacêutico e logística.
Dessa vez, bem mais conhecidas do grande público investidor, as ações da
Raízen (RAIZ4) aparecem logo na sequência, entre os maiores descontos do
IAGRO, acumulando perdas de -55,09% no ano.
Volatilidade no agronegócio
Criado em janeiro de 2019, o
IAGRO (Índice do Agronegócio da B3) tem histórico de volatilidade. Desde sua criação, o índice registrou três anos de desempenho negativo, sendo o pior em 2022 (-12,82%), seguido por 2024 (-11,35%) e 2025 (-8,70%) até o momento.
O melhor resultado para o
IAGRO foi em 2019, quando o indicador acumulou alta de +46,91%, o ano apelidado de
"mini boom das commodities", em alusão ao período áureo no início dos anos 2000, quando os preços das
commodities agrícolas eram impulsionados pelo crescimento vertiginoso da China.
Na visão de Einar Rivero, o desempenho recente do
IAGRO reforça a pressão sobre o setor agroindustrial listado na bolsa de valores brasileira.
"O desafio para o nosso agro agora envolve custos elevados, preços internacionais mais baixos e redução de margens em algumas cadeias produtivas, um cenário que tem se refletido diretamente no comportamento do
IAGRO", comenta o CEO da Elos Ayta.
Rentabilidade em 2025 das empresas que integram IAGRO
- Recrusul (RCSL3): Retorno de -73,91% / Material Rodoviário
- Raízen (RAIZ4): Retorno de -55,09% / Açúcar & Etanol
- Tupy (TUPY3): Retorno de -45,17% / Material Rodoviário
- Jalles Machado (JALL3): Retorno de -40,73% / Açúcar & Etanol
- Randon Participações (RAPT4): Retorno de -39,28% / Material Rodoviário
- São Martinho (SMTO3): Retorno de -35,55% / Açúcar & Etanol
- Vamos (VAMO3): Retorno de -29,68% / Transportes
- Armac (ARML3): Retorno de -27,74% / Máquinas & Equipamentos
- Cosan (CSAN3): Retorno de -26,47% / Holding Diversificada
- Suzano (SZUB3): Retorno de -20,52% / Papel & Celulose
- Klabin (KLBN11): Retorno de -20,44% / Papel & Celulose
- Kepler Weber (KEPL3): Retorno de -12,98% / Máquinas & Equipamentos
- Dexco (DXCO3): Retorno de -11,80% / Extração de Madeira
- Rumo S.A. (RAIL3): Retorno de -10,05% / Ferrovias
- BrasilAgro (AGRO3): Retorno de -7,50% / Agricultura
- SLC Agrícola (SLCE3): Retorno de -6,43 / Agricultura
- Camil Alimentos (CAML3): Retorno de -2,03% / Alimentos
- Boa Safra (SOJA3): Retorno de -1,67% / Agricultura
- MBRF (MBRF3): Retorno de -1,30% / Frigoríficos
- JSL Logística (JSLG3): Retorno de 0,00% / Transportes