Primeiro foguete comercial lançado do Brasil falha e explode após decolagem

FAB e empresa confirmam anomalia em lançamento feito a partir de Alcântara.

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Publicado em 23/12/2025 às 14:37h - Atualizado 33 minutos atrás Publicado em 23/12/2025 às 14:37h Atualizado 33 minutos atrás por Wesley Santana
Explosão do foguete aconteceu alguns minutos depois da decolagem (Imagem: Divulgação)
Explosão do foguete aconteceu alguns minutos depois da decolagem (Imagem: Divulgação)

Nesta segunda-feira (22), o Brasil foi palco de seu primeiro lançamento de foguete ao espaço. O veículo não tripulado saiu da Base de Alcântara, no Maranhão, por volta das 22h13, conforme informações da Força Aérea Brasileira.

No entanto, poucos minutos depois do lançamento, o equipamento explodiu e não pôde concluir sua missão. A FAB disse que uma anomalia fez com que ele colidisse com o solo, terminando em uma operação não completada.

O foguete envolvido na operação é o HANBIT-Nano, da Coreia do Sul, que teve seu lançamento adiado várias vezes. Essa operação estava prevista para novembro, depois mudou para 17 de dezembro e, por fim, aconteceu na segunda.

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O dispositivo tinha cerca de 21 metros de comprimento e pesava mais de 20 toneladas, segundo informações da companhia que o fabricou. O objetivo era usá-lo para levar ao espaço satélites que ficariam em órbita da Terra.

A ideia era que o equipamento atingisse uma velocidade de até 30 mil km/h, o que representa mais de 25 vezes a velocidade de um avião comercial.

O lançamento a partir da Base de Alcântara foi estratégico, já que o posto está perto da Linha do Equador. Essa geolocalização permite que os dispositivos sejam lançados com menos gasto de combustível, além de ser uma zona com baixa circulação de aviões e com latitude quase nula.

CEO pede desculpas

O foguete era de propriedade da empresa sul-coreana Innospace, que disse ter optado por fazer uma queda controlada da aeronave depois de identificar a anomalia. Nesta terça-feira (23), o CEO da empresa, Kim Soo-Jon, divulgou uma carta pedindo desculpas pela não conclusão do lançamento.

"Durante esse processo, não houve qualquer dano a pessoas, embarcações, instalações terrestres ou outros bens externos. Todos os procedimentos e controles de segurança do lançamento foram executados conforme projetado, dentro do sistema de segurança estabelecido de acordo com os padrões internacionais, incluindo os órgãos aeronáuticos brasileiros", disse na carta.

Todo o processo pôde ser acompanhado pela internet, por meio de câmeras disponibilizadas pela empresa. No entanto, antes da queda ser registrada, houve um corte na transmissão e a exibição de uma mensagem de erro no lançamento.

"Neste momento, não estamos tirando conclusões precipitadas sobre causas específicas, mas estamos focados em verificar objetivamente os fenômenos observados no ambiente real de voo e validá-los de forma sistemática. Os resultados da análise serão compartilhados de maneira transparente assim que forem consolidados", escreveu em outro trecho.