Prévia da inflação: IPCA-15 desacelera e marca 0,18% em outubro

Indicador mostrou alívio na conta de luz, mas uma nova alta dos combustíveis.

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Publicado em 24/10/2025 às 09:38h - Atualizado 20 horas atrás Publicado em 24/10/2025 às 09:38h Atualizado 20 horas atrás por Marina Barbosa
Prévia da inflação ficou abaixo do esperado pelo mercado em outubro (Imagem: Shutterstock)
Prévia da inflação ficou abaixo do esperado pelo mercado em outubro (Imagem: Shutterstock)

A prévia da inflação oficial brasileira, medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), desacelerou para 0,18% neste mês de outubro.

📉 O indicador havia subido 0,48% em setembro por causa dos preços da energia elétrica, mas perdeu força em outubro, depois que a bandeira tarifária da conta de luz cedeu do patamar vermelho nível 2 para o patamar vermelho nível 1.

O resultado do IPCA-15 de outubro ficou abaixo do esperado pelo mercado, que esperava uma alta de 0,24% do indicador, segundo projeções coletadas pelo "Broadcast".

Ainda assim, segue acima da meta perseguida pelo BC, que é de 3% em 12 meses, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA-15 já subiu 3,94% em 2025 e acumula uma alta de 4,94% nos últimos 12 meses.

Impacto nos juros

Nesta semana, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a inflação está em um processo de "redução e retorno para a meta".

🏦 Galípolo também disse, contudo, que o BC ainda está bastante incomodado com o fato de que a inflação e as expectativas de inflação seguem acima da meta.

Ele indicou, portanto, que os juros devem permanecer em um "patamar elevado e restritivo por um período prolongado", para garantir o retorno da inflação à meta.

Diante disso, o mercado espera que a taxa Selic siga nos atuais 15% até o final do ano, começando a cair apenas em 2026.

O que pesou no IPCA-15?

⛽ Com o alívio na conta de luz, o IPCA-15 foi puxado pelos combustíveis em outubro.

Segundo o IBGE, os combustíveis subiram 1,16%, devido à alta de preços do etanol (3,09%), da gasolina (0,99%) e do óleo diesel (0,01%).

As passagens aéreas (4,39%), o ônibus urbano (0,32%) e o metrô (0,03%) também contribuíram para o avanço da inflação de transportes.

Outro grupo de destaque foi o das despesas pessoais, que subiu 0,42%, influenciado pelos preços de cinema, teatro e concertos (2,05%) e pacote turístico (1,97%).

🍊 Por outro lado, a inflação de alimentação e bebidas recuou pelo quinto mês consecutivo, puxada pelo recuo de 0,10% dos preços da alimentação no domicílio.

Contribuíram para esse resultado a queda de preços da cebola (-7,65%), do ovo de galinha (-3,01%), do arroz (-1,37%) e do leite longa vida (-1,00%). O óleo de soja (4,25%) e as frutas (2,07%), no entanto, subiram de preço.

Veja o desempenho dos grupos do IPCA-15 em outubro:

  • Vestuário: 0,45%;
  • Transportes: 0,41%;
  • Despesas pessoais: 0,42%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,24%;
  • Habitação: 0,16%;
  • Educação: 0,09%;
  • Alimentação e bebidas: -0,02%;
  • Comunicação: -0,09%;
  • Artigos de residência: -0,64%.