AgroGalaxy (AGXY3) fecha acordo e voltará a antecipar recebíveis com fundo
Suspensa desde setembro de 2024, após a empresa entrar com pedido de recuperação judicial, a operação foi reestabelecida.
🚜 Enquanto praticamente todas as empresas brasileiras já divulgaram seus resultados do terceiro trimestre do ano passado(3T24) e já estão prestes a abrir o calendário do 4T24, somente nesta segunda-feira (20) é que a AgroGalaxy (AGXY3) abriu a porteira para os seus números financeiros, que já trazem o impacto da recuperação judicial.
Conforme o balanço apresentado ao mercado, a varejista de insumos agrícolas reportou um prejuízo líquido ajustado de R$ 1,6 bilhão no período. Mesmo aliviando os impactos da recuperação judicial, a administração da companhia ainda estima que o prejuízo ajustado ficaria em R$ 587,6 milhões.
A empresa precisou apelar para a Justiça para continuar funcionado na tentativa de honrar os seus credores e funcionários por conta de desafios que se arrastam no seu modelo de negócios desde 2023.
🌾 A queda acentuada nos preços das commodities, como soja e milho, afetou as margens dos agricultores, resultando em adiamento das compras de insumos à AgroGalaxy e diminuição do investimento por parte do produtor.
Fora que as condições climáticas adversas, juros em patamares elevados e a alta dos custos de aquisição dos insumos, em especial fertilizantes e defensivos, comprometeram a produtividade e a rentabilidade no campo.
"Entrar com o pedido de recuperação judicial foi a decisão tomada após esgotadas as possibilidades em renegociar uma de suas dívidas de curto prazo, ao contrário do que vinha ocorrendo naturalmente nos últimos meses, acarretando a impossibilidade de respeitar o prazo de pagamento de um dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) da companhia", escreve Eron Martins, CEO da AgroGalaxy.
Para ele, o agronegócio historicamente tem demonstrado resiliência, e a empresa segue confiante de que, com as medidas que foram e estão sendo implementadas, está bem-posicionada para aproveitar a retomada do mercado.
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As ações da AgroGalaxy negociadas na B3 já estão na casa dos centavos (ou seja, uma penny stock), tendo encerrado o último pregão antes da divulgação dos resultados do 3T24 em estabilidade, cotada em R$ 0,73.
No entanto, nos últimos 12 meses, a desvalorização do patrimônio dos acionistas já ultrapassa -74%, segundo dados do Investidor10. Ou seja, R$ 1 mil aplicados em AGXY3 há um ano seriam hoje R$ 521,43.
📊 Outros números do balanço da empresa no 3T24 também demonstram forte quedas de seus indicadores financeiros. Por exemplo, a receita líquida totalizou R$ 1,2 bilhão, derrocada de 49% na comparação anual.
Da queda reportada em no segmento de insumos, a maior parte foi em fertilizantes (-60%), em linha com a estratégia da companhia da priorizar produtos com melhores margens. Adicionalmente, a receita de grãos recuou 54% no 3T24.
Já o ebitda ajustado (lucro antes de impostos, depreciação e amortização) teve saldo negativo de R$ 1,2 bilhão, fruto da baixa de receita. Por sua vez, a dívida líquida da AgroGalaxy somava R$ 1,7 bilhão ao final de setembro de 2024, uma ligeira redução de 2,6% na comparação com o mesmo período de 2023.
Suspensa desde setembro de 2024, após a empresa entrar com pedido de recuperação judicial, a operação foi reestabelecida.
Agora, a divulgação dos resultados será feita no dia 20 de dezembro de 2025.