Por que a Marfrig (MRFG3) está recomprando sua renda fixa em dólar?

Frigorífico brasileiro faz compra antecipada de US$ 500 milhões em seus títulos de dívida emitidos no exterior

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Publicado em 02/12/2024 às 19:31h - Atualizado 19 horas atrás Publicado em 02/12/2024 às 19:31h Atualizado 19 horas atrás por Lucas Simões
Títulos de renda fixa em dólar da Marfrig só venceriam em 2026 (Imagem: Divulgação)

🐂 A Marfrig (MRFG3) anunciou ao mercado nesta segunda-feira (2) que recomprou antecipadamente US$ 500 milhões em seus próprios títulos de renda fixa emitidos no exterior.

Da mesma forma que o Tesouro Direto garante a recompra dos seus títulos públicos, quando o investidor solicita o seu resgate antecipado (especialmente o Tesouro Selic, que tem liquidez diária), as empresas privadas também podem optar por comprar de volta seus títulos de dívida, caso achem vantajoso fazer isso ao invés de esperar o prazo original da renda fixa vencer.

Foi justamente isso que justificaram os administradores da companhia, afirmando que a recompra dos títulos no exterior foi feita com recursos próprios da Marfrig, integrando sua estratégia de melhor alocação de capital.

Ou seja, a empresa busca alongar o perfil de sua dívida, antecipando os prazos mais curtos de vencimento de dinheiro emprestado por investidores, reduzindo o seu endividamento e custo financeiro.  Atualmente, a dívida líquida do frigorífico gira em torno de R$ 38,70 bilhões.

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Fôlego da Marfrig                      

No caso das notas sêniores da Marfrig (ou bonds emitidos nos Estados Unidos), cuja remuneração pré-fixada era de 7% ao ano e vencimento somente em 2026, o frigorífico afirma que a liquidação parcial antecipada está concluída. 

Tais títulos de dívida da abatedora de proteína animal foram lançados no mercado internacional no dia 14 de maio de 2019 pela NBM US Holdings.

📈 No acumulado do ano, as ações da Marfrig somam valorização de 96%. Conforme dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em MRFG3 há dois anos, hoje você teria R$ 2.647,70, já considerando o reinvestimento dos dividendos. Todavia, o retorno do Ibovespa seria de R$ 1.131,80, nas mesmas condições.