Polishop enfrenta ações judiciais de shoppings centers com dívidas de R$ 395 milhões

Nas últimas semanas, as ações contra a Polishop foram movidas por empreendimentos ou subsidiárias controladas por empresas como General Shopping e Iguatemi.

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Publicado em 12/04/2024 às 16:21h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/04/2024 às 16:21h Atualizado 3 meses atrás por Jennifer Neves
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Grandes companhias de shopping centers acionaram judicialmente a varejista Polishop para execução de títulos judiciais, após a empresa buscar na Justiça uma medida cautelar para ganhar tempo e tentar negociar dívidas com credores. Caso não consiga alcançar um acordo extrajudicial, a empresa pode recorrer à recuperação judicial para lidar com a crise.

Nas últimas semanas, as ações contra a Polishop foram movidas por empreendimentos ou subsidiárias controladas por empresas como General Shopping e Iguatemi.

A principal dificuldade nas negociações está relacionada a empresas do setor de shoppings e seguradoras de crédito de fornecedores, especialmente devido às rigorosas políticas de liberação de garantias para varejistas em crise por parte de seguradoras de crédito estrangeiras.

A Polishop, com dívidas de R$ 395 milhões, entrou com pedido de tutela antecipada na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo em 3 de abril, alegando falta de documentos necessários para solicitar recuperação judicial. A empresa afirmou precisar de uma medida urgente para suspender execuções e despejos por credores sujeitos à recuperação que poderiam comprometer a operação.

A liminar foi concedida no último dia 3 de abril, proporcionando à Polishop uma antecipação dos efeitos do processamento da recuperação judicial conforme a legislação de 2005.

Antes de a varejista obter a cautelar, houve oito ações movidas por shoppings, duas por fornecedores e uma pela seguradora de crédito Coface do Brasil contra a empresa em São Paulo, entre janeiro e março.

Dentro dessas ações, a maior dívida cobrada judicialmente é com a Philips Domestic Appliances, no valor de R$ 16,4 milhões. A Philips pediu sigilo no processo em 9 de abril.

A empresa busca renegociar seus passivos para ampliar prazos de pagamento e reestruturar seus negócios, visando uma recuperação extrajudicial nas próximas semanas e evitando a necessidade de recuperação judicial.

Mesmo com a medida cautelar alegando falta de documentação para pedir recuperação, a empresa pode negociar paralelamente uma recuperação extrajudicial.

Desde 3 de abril, foram abertas quatro ações de execução de título ou ação monitória para cobrança de dívidas, envolvendo administradoras ou controladoras de shoppings.

Até a manhã de 12 de abril, os juízes não suspenderam as ações, apesar da cautelar obtida pela Polishop, e os processos continuam em andamento.

General Shopping moveu duas ações contra a Polishop, requeridas por suas administradoras de imóveis, totalizando R$ 1,5 milhão. A Iguatemi iniciou um processo contra o condomínio Esplanada Shopping Center, em Sorocaba (SP), no valor de R$ 255 mil. A Allos requisitou R$ 10 mil por multa (dívida separada de aluguel) ao Condomínio Shopping Parque Dom Pedro, o maior empreendimento de Campinas (SP).

O pedido de medida cautelar já nomeou a Cabezón Administração Judicial para administrar o caso, e suspendeu ações de despejo e execuções que pudessem impedir a empresa de operar suas plataformas de marketing e tecnologia, além de antecipações de vencimentos de dívidas financeiras.

Recursos

recursos para reequilibrar a estrutura de capital da rede em 2022 e 2023. Desde então, dezenas de lojas deficitárias foram fechadas, gerando demissões e redução de custos.

A rede tinha 250 unidades em 2021, 180 em dezembro de 2022 e 123 no início de 2023. Esse número já diminuiu.

A empresa está planejando um modelo de franquias, mas precisa de investidores para financiar novas unidades em meio ao risco de recuperação judicial. A rede pretende inaugurar 23 franquias em 2024.

Negociações

A Polishop afirma estar negociando com credores e que a recuperação judicial pode não ser necessária, apontando para um "novo momento" na trajetória da empresa.

A varejista tem sofrido com a queda na demanda por produtos voltados para a faixa de renda mais alta, juntamente com a elevação do custo do crédito após o aumento da taxa Selic em 2021. Problemas de importação de mercadorias da China também prejudicaram a empresa.