PIB e IBC-Br marcam a semana, veja agenda completa
Também será divulgado o IBC-Br de setembro.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O resultado superou as expectativas do mercado e do governo, mas também o desempenho da maior parte das economias mundiais.
📈 De acordo com dados da SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia, o Brasil teve o terceiro maior crescimento dentre os 17 países do G20 que já divulgaram o resultado do PIB do segundo trimestre de 2024.
Com a alta de 1,4% do PIB, o Brasil só ficou atrás de Índia e Indonésia no ranking, superando, inclusive, o desempenho de economias como a da China, Estados Unidos e Alemanha.
O crescimento brasileiro também superou a média dos BRICs, grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e cresceu recentemente com a entrada de Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.
De acordo com levantamento da Austin Rating, a média de crescimento dos BRICs foi de 1,1% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Já a média de crescimento do G7 foi de 0,4% e da Zona do Euro, de 0,3%.
De acordo com o economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, o desempenho do Brasil surpreendeu, pois o país apresentou um dos maiores crescimentos trimestrais do mundo, mas geralmente aparece no meio de rankings como esse.
💲 "Foi uma surpresa. Mas devemos considerar que o Brasil entrou em um processo de redução dos juros antes de muitas economias, inclusive desenvolvidas. Logo, saiu na frente para recuperar o crescimento", comentou Agostini.
Além disso, o economista ressaltou que o crescimento brasileiro foi disseminado entre os serviços e a indústria, diferente do que acontece em outros países. A Arábia Saudita, cuja economia também cresceu 1,4%, por exemplo, é muito influenciada pelo setor extrativo, devido à exploração de petróleo.
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Alex Agostini diz, no entanto, que o Brasil pode recuar nesse ranking nos próximos trimestres. O economista prevê uma desaceleração do crescimento do PIB no segundo semestre, devido à base alta de comparação e à perspectiva de alta dos juros.
O resultado acima do esperado do PIB do segundo trimestre fez o mercado elevar as apostas de alta da Selic. Até a Secretaria de Política Econômica reconheceu o risco de "decisões de política monetária, que podem prejudicar a recuperação do mercado de crédito". Contudo, acredita que "o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, ainda guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresa".
O Ministério da Fazenda deve, então, elevar a sua projeção de crescimento para o PIB de 2024, que hoje está em 2,5%. Para o ministro Fernando Haddad, o Brasil pode fechar este ano com um crescimento econômico superior a 2,7% ou 2,8%.