PIB do 2º tri: Brasil teve 3º maior crescimento do G20, veja ranking

Segundo o Ministério da Fazenda, PIB do Brasil só cresceu menos do que os da Indonésia e da Índia no trimestre.

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Publicado em 03/09/2024 às 17:17h - Atualizado 15 dias atrás Publicado em 03/09/2024 às 17:17h Atualizado 15 dias atrás por Marina Barbosa
PIB do Brasil cresceu 1,4% no 2º trimestre, na comparação com o trimestre anterior (Imagem: Shutterstock)

O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil cresceu 1,4% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior. O resultado superou as expectativas do mercado e do governo, mas também o desempenho da maior parte das economias mundiais.

📈 De acordo com dados da SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia, o Brasil teve o terceiro maior crescimento dentre os 17 países do G20 que já divulgaram o resultado do PIB do segundo trimestre de 2024.

Com a alta de 1,4% do PIB, o Brasil só ficou atrás de Índia e Indonésia no ranking, superando, inclusive, o desempenho de economias como a da China, Estados Unidos e Alemanha.

Veja o PIB dos países do G20 no 2º trimestre (variação trimestral com ajuste sazonal):

  • Indonésia: 3,8%;
  • Índia: 1,9%;
  • Brasil: 1,4%;
  • Arábia Saudita: 1,4%;
  • Japão: 0,8%;
  • Estados Unidos: 0,7%:
  • China: 0,7%;
  • Reino Unido: 0,6%;
  • Canadá: 0,5%;
  • África do Sul: 0,4%;
  • União Europeia: 0,3%;
  • Itália: 0,2%;
  • França: 0,2%;
  • México: 0,2%;
  • Turquia: 0,1%;
  • Alemanha: -0,1%;
  • Coreia do Sul: -0,2%.

Brasil também supera média dos BRICs

O crescimento brasileiro também superou a média dos BRICs, grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e cresceu recentemente com a entrada de Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã.

De acordo com levantamento da Austin Rating, a média de crescimento dos BRICs foi de 1,1% no segundo trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Já a média de crescimento do G7 foi de 0,4% e da Zona do Euro, de 0,3%.

De acordo com o economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, o desempenho do Brasil surpreendeu, pois o país apresentou um dos maiores crescimentos trimestrais do mundo, mas geralmente aparece no meio de rankings como esse.

💲 "Foi uma surpresa. Mas devemos considerar que o Brasil entrou em um processo de redução dos juros antes de muitas economias, inclusive desenvolvidas. Logo, saiu na frente para recuperar o crescimento", comentou Agostini.

Além disso, o economista ressaltou que o crescimento brasileiro foi disseminado entre os serviços e a indústria, diferente do que acontece em outros países. A Arábia Saudita, cuja economia também cresceu 1,4%, por exemplo, é muito influenciada pelo setor extrativo, devido à exploração de petróleo.

Leia também: Mercado eleva apostas de alta da Selic após PIB surpreender no 2º tri

E agora?

Alex Agostini diz, no entanto, que o Brasil pode recuar nesse ranking nos próximos trimestres. O economista prevê uma desaceleração do crescimento do PIB no segundo semestre, devido à base alta de comparação e à perspectiva de alta dos juros.

O resultado acima do esperado do PIB do segundo trimestre fez o mercado elevar as apostas de alta da Selic. Até a Secretaria de Política Econômica reconheceu o risco de "decisões de política monetária, que podem prejudicar a recuperação do mercado de crédito". Contudo, acredita que "o ritmo de crescimento deve seguir acentuado, ainda guiado por impulsos vindos do mercado de trabalho aquecido e pelas melhores condições de crédito a famílias e empresa".

O Ministério da Fazenda deve, então, elevar a sua projeção de crescimento para o PIB de 2024, que hoje está em 2,5%. Para o ministro Fernando Haddad, o Brasil pode fechar este ano com um crescimento econômico superior a 2,7% ou 2,8%.