Pedidos de reembolso por descontos indevidos no INSS já somam R$ 1 bi

De acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (21), 1,74 milhão de beneficiários já relataram, até as 17h.

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Publicado em 21/05/2025 às 20:19h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 21/05/2025 às 20:19h Atualizado 3 minutos atrás por Matheus Silva
O custo total da fraude poderia chegar a R$ 5,9 bilhões (Imagem: Shutterstock)

🚨 A avalanche de pedidos de reembolso feitos por aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) já soma um impacto estimado de R$ 1 bilhão, segundo levantamento da Advocacia-Geral da União (AGU).

O valor é resultado direto da Operação Sem Desconto, conduzida em parceria entre a Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga descontos indevidos feitos por associações e sindicatos em benefícios previdenciários.

De acordo com balanço divulgado nesta terça-feira (20), 1,74 milhão de beneficiários já relataram, até as 17h, que foram vítimas de descontos não autorizados.

O total de solicitações deve crescer nos próximos dias, à medida que mais aposentados tomam ciência da possibilidade de pedir o reembolso.

Associações têm prazo para se defender

As entidades que realizaram os descontos terão 15 dias úteis para apresentar comprovações de vínculo com os segurados. Para isso, será necessário anexar ao sistema do governo documentos que comprovem:

  • Filiação à entidade;
  • Autorização formal para desconto;
  • Identificação válida do beneficiário.

Caso não consigam comprovar a legalidade do vínculo, as associações serão obrigadas a devolver os valores diretamente aos aposentados.

Se a devolução não ocorrer dentro do prazo, o governo poderá recorrer ao Tesouro Nacional para ressarcir os prejudicados — desde que haja avaliação formal sobre os prejuízos e os recursos já apreendidos na operação.

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Fraude pode passar de bilhões

A AGU trabalha com a estimativa de R$ 1 bilhão como valor já acionado via pedidos de reembolso.

Mas, se 100% dos descontos forem comprovadamente indevidos, o custo total da fraude poderia chegar a R$ 5,9 bilhões — cenário considerado improvável pelo governo, mas não descartado.

As investigações seguem em curso, e o caso tem ganhado repercussão nacional por envolver uma das populações mais vulneráveis do país: aposentados e pensionistas do INSS, que em muitos casos sequer sabiam que estavam sendo cobrados mensalmente por filiações que jamais autorizaram.

📈 A AGU e a CGU afirmam que as medidas buscam garantir não apenas o reembolso, mas também a responsabilização das entidades envolvidas e maior controle sobre descontos autorizados em folha de pagamento de benefícios previdenciários.