Ouro encosta em US$ 4 mil e bate recorde com temor de shutdown nos EUA

Donald Trump convocou líderes para uma reunião ainda nesta segunda-feira (29), em tentativa de evitar a paralisação parcial do governo.

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Publicado em 29/09/2025 às 16:45h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 29/09/2025 às 16:45h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
Durante o pregão, o metal chegou à máxima intradiária de US$ 3.862,20 (Imagem: Shutterstock)
Durante o pregão, o metal chegou à máxima intradiária de US$ 3.862,20 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O ouro atingiu na sessão desta segunda-feira (29) um recorde nominal histórico, impulsionado pela fraqueza do dólar e pela crescente preocupação com uma possível paralisação do governo dos Estados Unidos (shutdown).

Por volta das 16h45, o contrato futuro mais negociado, com vencimento em dezembro, avançava 1,27%, cotado a US$ 3.857,22 por onça-troy na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex).

Durante o pregão, o metal chegou à máxima intradiária de US$ 3.862,20, acumulando três altas consecutivas.

Por que o ouro disparou?

A valorização do ouro, considerado um ativo de proteção em tempos de incerteza, foi impulsionada por três fatores principais:

  • Risco de shutdown nos EUA: o presidente norte-americano Donald Trump convocou líderes democratas e republicanos para uma reunião ainda nesta segunda-feira (29), em tentativa de evitar a paralisação parcial do governo. O prazo para um acordo termina na noite de terça-feira (30).
  • Perspectiva de corte de juros pelo Fed: investidores ampliaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) reduzirá a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual na reunião de dezembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, as chances de corte estão em 89,3%, acima dos 87,7% registrados na última sexta (26).
  • Dólar mais fraco no mercado global: desde janeiro, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas globais, acumula queda de quase 10%, reflexo das incertezas em torno da política comercial do governo Trump. Um dólar enfraquecido torna o ouro mais atrativo para investidores que utilizam outras divisas.

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O que os investidores acompanham agora

Além do cenário político e da política monetária, os agentes de mercado aguardam a divulgação do relatório de empregos dos EUA (payroll), que será publicado na próxima sexta-feira (3).

A expectativa é que o documento aponte a criação de 51 mil vagas em setembro, após a abertura de apenas 22 mil postos em agosto, segundo projeções compiladas pelo Investing.com.

O dado será fundamental para medir a força do mercado de trabalho norte-americano e, consequentemente, calibrar as apostas sobre o ritmo de cortes de juros pelo Fed.

Ouro segue como ativo de proteção em cenário incerto

Com a combinação de um dólar mais fraco, possibilidade de cortes nos juros e instabilidade política em Washington, o ouro mantém seu papel tradicional de ativo de refúgio.

📈 O movimento de aproximação dos US$ 4 mil por onça-troy reforça a busca dos investidores por segurança em meio à volatilidade dos mercados globais.