O que explica a sequência de recordes do Ibovespa?

Segundo um dos especialistas escutados pelo Investidor10, a alta foi impulsionada por três frentes.

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Publicado em 13/12/2025 às 07:30h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 13/12/2025 às 07:30h Atualizado 1 minuto atrás por Elanny Vlaxio
(Imagem: Shutterstock)
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💰 Apesar de não estar mais em uma sequência de altas, o Ibovespa atravessou a primeira semana de dezembro em ritmo de maratonista campeão: recorde atrás de recorde e supernado marcas históricas. Mas afinal, o que colocou o principal índice da B3 nesse embalo?
Para entender o fenômeno, o Investidor10 ouviu Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos e Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos, que explicaram  o que estava por trás dessa arrancada.
Perri aponta que o Ibovespa foi impulsionado por três frentes:
  • Setor financeiro, com resultados fortes;
  • Setores defensivos, como energia e saneamento;
  • Empresas cíclicas, beneficiadas pela queda dos juros futuros ao longo do ano.
Ele lembra ainda que muitos desses papéis estavam negociados a valuations bastante descontados, o que abriu espaço para fortes recuperações. “Essas performances têm relação tanto com a dinâmica de mercado, quanto por fundamentos de segmentos negociados a valuations descontados.”
Já Coelho reforça o peso do segmento de utilities, energia, saneamento e serviços essenciais. Segundo ele, esse grupo puxou boa parte da escalada da bolsa por três motivos:
  • Estabilidade operacional, mesmo em cenários adversos;
  • Renda consistente, com dividendos elevados;
  • Expectativa de dividendos extraordinários antes da possível tributação.
“São setores puxados pela segurança e pela recorrência de dividendos, além da expectativa de distribuições extraordinárias até o fim do ano", analisou. 

Isso mexe com o bolso do brasileiro?

📈 Os efeitos desse movimento têm potencial de atingir o bolso do brasileiro, ainda que de forma indireta e limitada. Para Perri, os impactos ocorrem via dividendos crescentes, valorização de fundos de investimento e previdência, além do ganho patrimonial dos investidores da Bolsa. 
Coelho acrescenta que a escolha das empresas por distribuir dividendos, em vez de reinvestir, pode influenciar o mercado de trabalho e o ritmo de expansão das companhias. Ele ressalta ainda que muitos investidores têm direcionado esses recursos ao exterior, devido ao aumento do risco fiscal e político no Brasil, o que pressiona o dólar e pode refletir na inflação.

E o que esperar do Ibovespa em 2026?

Além disso, para 2026, ambos os economistas veem espaço para continuidade da alta, mas com nuances distintas. Perri acredita que, diante de múltiplos ainda atrativos e de fatores como um eventual corte da Selic, redução dos juros nos EUA e o ambiente eleitoral, a Bolsa pode seguir valorizando. 
🗣️ Coelho concorda que utilities, energia e saneamento ainda têm fôlego, possivelmente até janeiro ou fevereiro. No entanto, ele projeta uma migração gradual do protagonismo para setores de consumo e construção, beneficiados pelo ciclo de queda de juros e pelo aquecimento esperado da economia em ano eleitoral.