Nova bolsa de valores do Rio deve começar a operar ainda neste ano

Empresa se coloca como concorrente da B3 no mercado de ações

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Publicado em 08/04/2025 às 19:14h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 08/04/2025 às 19:14h Atualizado 6 dias atrás por Wesley Santana
Empresa será subsidiária do fundo Mubadala (Imagem: Shutterstock)

A nova bolsa de valores pode começar a funcionar ainda neste ano, revelaram os organizadores do mercado de balcão. A Base Exchange, conforme foi nomeada- terá sua sede no Rio de Janeiro.

💰 O projeto ainda depende de autorização da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e também do Banco Central. Após isso, a empresa que se coloca como rival da B3 tem até seis meses para começar as negociações de papeis.

O modelo de funcionamento vai ser inspirado na bolsa da Austrália, com liquidação de papeis no prazo de D+0. Atualmente, o projeto já conta com 150 funcionários, que atuam nas negociações ADTV da B3.

Em relatório divulgado na última semana, os analistas da XP Investimentos destacaram uma reunião que tiveram com a Base e disseram que a empresa se posiciona como uma “alternativa robusta à B3”.

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“A empresa desenvolveu uma estratégia de mutualização, que visa a garantir a profundidade do mercado desde o lançamento. Esta estratégia de mutualização de liquidez prevê a entrada de 6 a 8 participantes estratégicos na base acionária, incluindo bancos locais e estrangeiros, HFTs e investidores institucionais”, escreveram eles.

Eles lembraram que hoje o principal desafio da bolsa de valores é promover uma integração com sistemas pós-negociações. Pensando nisso, a Base está criando os três principais sistemas usados no país.

“O acordo envolve o pagamento direto às plataformas e o desenvolvimento de camadas de compatibilidade para facilitar a conexão com corretores, especialmente corretores de desconto, sem exigir mudanças estruturais em seus sistemas legados. A estratégia tem como objetivo desbloquear a eficiência operacional e expandir o papel dos corretores, dando-lhes mais espaço para diferenciar seus produtos no processo de execução de ordens – que atualmente é excessivamente simplificado, com apenas uma bolsa para fazer interface”, esclareceram.

A Base Exchange foi criada pela Americas Trading Grupo, um braço do fundo de investimentos árabe Mubadala. O objetivo da companhia é oferecer a negociação de ações à vista, cota de fundos e aluguel de ações, além do Clearing.

“Embora a B3 argumente que já concorre com outros participantes, especialmente com bolsas de valores estrangeiras, acreditamos que o surgimento de um concorrente local está se tornando cada vez mais uma realidade”, avaliou a XP. “Em suma, acreditamos que, dentro de 12 a 24 meses, a B3 terá um ou mais concorrentes locais. Entretanto, consideramos o cenário atual tão deprimido que, se o mercado melhorar, mesmo que ligeiramente, os volumes devem crescer o suficiente para que a B3 aumente seus volumes, mesmo com a entrada de novos participantes”, finalizou a corretora.