Mulheres perdem espaço na diretoria das empresas listadas na B3

Segundo a bolsa, 56% das companhias não têm diretoras mulheres. Em 2023, eram 55%.

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Publicado em 27/09/2024 às 16:11h - Atualizado 5 minutos atrás Publicado em 27/09/2024 às 16:11h Atualizado 5 minutos atrás por Marina Barbosa
Apenas 15% das empresas têm duas mulheres ou mais como diretoras (Imagem: Shutterstock)

As mulheres representam mais da metade da população brasileira. Contudo, ainda são minoria no alto comando das empresas de capital aberto do país.

👩‍💼 Segundo dados da B3, 56% das companhias listadas na bolsa não têm mulheres entre seus diretores estatutários. E esse número teve uma leve alta nos últimos 12 meses, pois havia sido de 55% em 2023.

O estudo realizado pela bolsa brasileira mostra ainda que, dentre as demais companhias, a maioria tem apenas uma diretora mulher. Isso porque, dentre as empresas avaliadas, apenas 15% tinham duas mulheres ou mais como diretoras.

Veja o que disseram as empresas sobre a presença de mulheres na diretoria:

  • 56%: sem mulheres;
  • 29%: 1 mulher;
  • 9%: 2 mulheres;
  • 6%: 3 mulheres ou mais.

O estudo da B3 avaliou 359 empresas listadas na bolsa brasileira. Essas companhias indicaram, no Formulário de Referência que é apresentado anualmente à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), informações de cor e raça dos integrantes da diretoria e do Conselho de Administração.

⚠️ A pesquisa ainda revelou que menos de 2% dessas companhias têm diretores pretos. Isto é, 5 de 359 empresas.

Diante disso, a B3 e a CVM trabalham para elevar a representatividade desses grupos na liderança das empresas de capital aberto. Por isso, pedirão que as companhias apresentem evidências da eleição de ao menos um diretor ou conselheiro desses grupos no Formulário de Referência a ser entregue em 2025.

O estudo da B3 foi divulgado nesta sexta-feira (27), isto é, cerca de uma semana depois que a baixa representatividade feminina nas empresas voltou a ecoar no mercado. O assunto voltou à tona depois que o empresário Tallis Gomes disse "Deus me livre de mulher CEO".

Criticado por homens e mulheres, Tallis Gomes acabou sendo desligado do conselho consultivo da Hope e renunciou aos cargos de CEO e presidente do Conselho de Administração da G4 Educação, empresa da qual é sócio. Ele foi substituído por Maria Isabel Antonini no comando da G4 Educação.