Moody's admite riscos fiscais, mas diz que cenário permite melhora do rating do Brasil

A vice-presidente da agência afirmou o fiscal não é o único fator que influencia a avaliação de crédito de um país.

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Publicado em 03/10/2024 às 14:22h - Atualizado 1 dia atrás Publicado em 03/10/2024 às 14:22h Atualizado 1 dia atrás por Marina Barbosa
Moody's elevou elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva (Imagem: Shutterstock)

A elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody's foi recebida com cautela pelo mercado, diante das preocupações dos analistas com a situação fiscal do país. Contudo, a Moody's indicou nesta quinta-feira (3) que não minimizou essa questão.

🗣️ "O fiscal é muito importante e sublinhamos, no comunicado que divulgamos após a decisão, que ele permanece como um desafio. No entanto, há outros fatores que são levados em conta para traçar o perfil do crédito do país", afirmou a vice-presidente e analista sênior de riscos soberanos na Moody’s, Samar Maziad, conforme relata o "Valor Econômico".

Em conferência realizada para explicar os fundamentos da revisão do rating brasileiro, Samar Maziad, explicou que o Brasil vem observando um crescimento acima do esperado, realizou reformas econômicas e fiscais importantes nos últimos anos e apresenta uma dívida mais sólida em termos de vulnerabilidades externas.

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"Há riscos fiscais, mas o cenário é consistente com um ‘upgrade’ e uma melhora do perfil de crédito", concluiu a vice-presidente e analista sênior de riscos soberanos na Moody’s, que citou o aumento das despesas obrigatórias como um desses riscos fiscais.

💲 Em entrevista à "Folha de S. Paulo", Samar Maziad acrescentou que medidas estruturais que ajustem as contas públicas pela lado das despesas obrigatórias poderiam aumentar a credibilidade fiscal do país e, possivelmente, até pavimentar o caminho para a recuperação do grau de investimento.

Afinal, como destacou no relatório de revisão da nota brasileira, a Moody's considera que a credibilidade da estrutura fiscal do Brasil ainda é "moderada" e que o custo da dívida brasileira deve se estabilizar nos próximos anos, mas em "níveis relativamente altos".

A agência de classificação de risco elevou a nota do Brasil de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva, com perspectiva positiva na última terça-feira (1º). Com isso, o país ficou a um passo de recuperar o grau de investimento e diversas empresas brasileiras também tiveram seus ratings revisados. Veja: