Mercado evolui: B3 lança tokens digitais e amplia alternativas ao IPO tradicional

Formato reduz custos para pequenas empresas e permite compra e venda de tokens em mercado secundário.

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Publicado em 02/12/2025 às 13:22h - Atualizado 1 hora atrás Publicado em 02/12/2025 às 13:22h Atualizado 1 hora atrás por Wesley Santana
B3 é responsável pela bolsa de valores do Brasil, maior da América Latina (Imagem: Divulgação)
B3 é responsável pela bolsa de valores do Brasil, maior da América Latina (Imagem: Divulgação)

A bolsa de valores tem agora um novo formato de venda de participações em empresas brasileiras. Na última semana, a B3 (B3SA3) oficializou a chegada dos tokens digitais por meio da oferta de ativos via crowdfunding.

De forma direta, o novo formato de comercialização prevê a divisão de startups em tokens com posterior disponibilização ao público. A negociação dos ativos será feita em uma plataforma exclusiva da bolsa, que deve funcionar como um home broker de ativos digitais.

A funcionalidade foi possível graças a uma parceria da bolsa com a startup Fenyx, que oferece crédito com garantia em ativos digitais. No mercado, já há diversas outras opções deste mesmo modelo, que já está regulamentado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).

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A startup foi a primeira a fazer a oferta pública, colocando 11% do seu capital à disposição do mercado. Com isso, tocou a campainha no dia 26 de novembro e levantou cerca de R$ 1,5 milhão, valor que será usado para desenvolver as áreas da companhia.

“Por essa quantia, podemos estimar o valor total inicial da Fenyx em R$ 13,8 milhões”, disse Lucas Montanini, fundador da empresa ao lado de Luan Rodrigues, em entrevista ao InfoMoney. A tokenização foi feita pela Zuvia Digital Assets, que tem autorização da CVM para atuar neste segmento.

A principal diferença deste novo modelo é que agora os investidores terão mais liquidez em seus investimentos, considerando que as ofertas feitas no âmbito da B3 devem gerar mais interesse dos investidores. Dessa forma, será possível comprar os tokens tanto no mercado primário quanto nos subsequentes, da mesma maneira como acontece com as companhias da B3.

Para Leonardo Rezende, superintendente de empresas da B3, a novidade chega de forma especial para as pequenas empresas, que passam a contar com uma nova opção para levantar recursos no mercado de capitais. É importante destacar que uma abertura de capital padrão na bolsa é bastante custosa, o que dificulta a entrada de players de pequeno e médio porte.

Agora, a B3 trabalha para fechar parcerias com mais plataformas de crowdfunding, que podem aumentar as ofertas disponíveis na bolsa. Além de participação, as empresas também poderão tokenizar suas dívidas como uma forma de antecipar recebíveis.