Medicamento está dando dor de cabeça para farmacêuticas em todo o mundo

Zantac é vendido por diversas companhias que agora sofrem com alegações de que substância é cancerígena

Author
Publicado em 03/06/2024 às 13:56h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 03/06/2024 às 13:56h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
Composição do medicamento para azia pode ser cancerígena. Foto: Shutterstock

Uma das maiores farmacêuticas do mundo, as ações da GSK (G1SK34) desabam cerca de 10% nesta segunda-feira (3).

⚖️ O desempenho negativo vem depois que uma juíza dos Estados Unidos acatou processos que envolvem o medicamento Zantac, usado para o tratamento de azia. A decisão, publicada no fim de semana, trata o remédio como uma substância cancerígena e abre caminho para que mais de 70 mil processos tramitem na Justiça norte-americana.

A patente do Zantac foi aprovada nos EUA em 1983 e foi a primeira do mundo a gerar US$ 1 bilhão em receitas para sua fabricante. Poucos anos depois, outras empresas também compraram o direito a explorar a composição que pode conter NDMA, apontada como uma substância cancerígena.

💊 Leia mais: Novo medicamento para perda de peso acelera ações da Novo Nordisk (N1VO34)

A GSK e as outras empresas que oferecem o produto disseram que vão recorrer da decisão, alegando que as opiniões dos peritos não têm respaldo científico.

A decisão não significa que o Tribunal concorde com as conclusões científicas dos especialistas dos autores, e não determina a responsabilidade. A GSK continuará a se defender vigorosamente contra todas as reivindicações e gerenciar este litígio no melhor interesse dos acionistas”, disse a companhia em nota.

Bancos e corretoras de investimentos dos EUA já dizem que os papeis das empresas devem sofrer e que, se comprovado, elas devem arcar com os prejuízos.

Na bolsa de Londres, no começo da tarde, as ações da GSK caíam 9,6%, cotadas em 1,5 mil libras esterlinas. O número representa uma queda de quase R$ 36 bilhões em valor de mercado da companhia farmacêutica.

Medicamentos suspensos no Brasil

No Brasil, desde 2020, os medicamentos fabricados a partir da ranitidina estão suspensos, conforme determinação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

Na época, a entidade destacou que a substância é encontrada em água e em alimentos defumados, mas apresenta riscos quando é ingerida em níveis altos -caso dos medicamentos- e por longos períodos.

A comunidade médica teve que encontrar novos tratamentos para os pacientes que sofrem com problemas estomacais, como a azia. As indicações tem sido, por exemplo, antiácidos.