Quer você seja um verdadeiro entusiasta das criptomoedas ou tenha apenas um pouquinho de dinheiro aplicado em
Bitcoin (BTC) como forma de diversificação, é inevitável ter passado ileso do maior crash da história do mercado de moedas virtuais no dia 10 de outubro de 2025.
Analistas do BTG Pactual explicam que, na ocasião, em menos de 24 horas, mais de US$ 19 bilhões em posições alavancadas em
moedas virtuais foram encerradas de forma forçada, afetando cerca de 1,6 milhão de posições.
"Em termos nominais, o crash no dia 10 de outubro superou com folga outros eventos extremos, como na crise do Covid em março de 2020 e da quebra da corretora FTX em novembro de 2022", comentam os especialistas Lucas Josa, João Galhardo e Matheus Parizotto, em relatório, nesta semana.
A volta da
guerra comercial EUA-China foi apenas o gatilho inicial para o mais recente e maior crash da história das
criptomoedas, que ainda foi amplificado por alavancagem, baixa liquidez fora do horário de negociação do mercado tradicional e estresse operacional em diversas corretoras internacionais.
Para o trio de analistas, a limpeza que se viu nas carteiras dos investidores foi assimétrica. Mesmo representando a maior parte do mercado de criptoativos, o Bitcoin perdeu US$ 18,7 bilhões (20,8%) do open interest (contratos futuros em aberto), enquanto as altcoins (criptomoedas mais arriscadas) viram a mesma métrica encolher em US$ 46,7 bilhões (35,9%).
O que esperar das criptomoedas ainda em 2025?
Todavia, nesta quinta-feira (16), o
BTC acumula queda de -2,6% nas últimas 24 horas, negociado por US$ 108,5 mil, com desconto de -14,4% ante a seu topo histórico em US$ 126.198,07 registrado no dia 6 de outubro de 2025.
Na visão do BTG Pactual, o recente evento serviu como um teste de estresse do qual o mercado cripto passou com sucesso, uma vez que não houve relatos de interrupções sistêmicas em redes blockchains, que seguiram processando transações normalmente.
"Em perspectiva, a queda recente das criptomoedas entrou no ranking das 20 maiores da história do mercado financeiro e, historicamente, esses episódios costumam abrir espaço para recuperações expressivas, com média de +9,3% em 30 dias, +30,0% em 90 dias e +56,5% em 180 dias", destaca o banco, em relatório.
Já o trio de especialistas avalia que, com a alavancagem já reduzida e sinais de capitulação no curto prazo, há espaço para que o último trimestre de 2025 siga com janela tática para montagem gradual de posições em
Bitcoin (BTC),
Ethereum (ETH) e
Solana (SOL), além de alocação seletiva em nomes de alta qualidade no setor de DeFi (finanças descentralizadas).