Lula diz que esperava alta da Selic e manda recado a Trump: vai ter reciprocidade

Presidente reage às ameaças de tarifas dos EUA

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Publicado em 30/01/2025 às 12:40h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 30/01/2025 às 12:40h Atualizado 1 minuto atrás por Wesley Santana
(Imagem: Ricardo Stuckert / PR)

Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (30), o presidente Lula comentou diversos assuntos que repercutiram nas últimas semanas. Um dos pontos abordados por ele foi a alta da taxa básica de juros, decidida pelo Banco Central na noite da última quarta. 

🗣️ “Uma pessoa que já tem a experiência de lidar com o Banco Central, como eu tenho, tem consciência de que, num país do tamanho do Brasil, com a responsabilidade do Brasil, o presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto, de uma hora pra outra”, disse Lula, acrescentando que “não esperava um milagre”. 

O chefe do Planalto também classificou que a alta da Selic já estava definida pela gestão de Roberto Campos Neto, que deixou a presidência do BC no fim do ano passado. Ele pontuou que o atual presidente, Gabriel Galípolo, não tinha margem para mudanças.

“Uma pessoa que já tem a experiência de lidar com o Banco Central, como eu tenho, tem consciência de que, num país do tamanho do Brasil, com a responsabilidade do Brasil, o presidente do Banco Central não pode dar um cavalo de pau num mar revolto, de uma hora pra outra”, disse Lula.

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Reciprocidade com taxas

O petista também comentou as notícias envolvendo o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele frisou que, caso se cumpra a promessa de ampliar as taxas, o Brasil também vai aumentar os impostos para produtos oriundos dos EUA. 

“Se ele taxar, haverá reciprocidade do Brasil com os produtores brasileiros, não tem nenhuma dificuldade”, destacou. 

Lula afirmou que enviou uma carta para Trump como forma de o parabenizar pela vitória na disputa pela Casa Branca. “O Trump foi eleito para governar os EUA, eu mandei uma carta para ele desejando que ele governe os Estados Unidos. Não me preocupo se ele vai brigar, ele tem que respeitar a soberania dos outros países, civilidade”, ponderou. 

No entanto, disse que não há previsão de conversar com o novo mandatário norte-americano. "Não há nenhum interesse agora, acho que nem meu, nem dele. Essas conversas só acontecem quando você tem interesse, quando tem alguma coisa para tratar”, destacou.

Mudança de estratégia

🎥 A coletiva de imprensa foi marcada sem um tema prévio a ser debatido, o que chamou a atenção de parte dos jornalistas. A decisão chega apenas duas semanas depois que o publicitário Sidônio Palmeira assume a Secretaria de Comunicação, o que dá indícios de que o governo tem uma nova estratégia para essa segunda metade do mandato. 

"Não lembro qual foi a última entrevista que dei, faz tempo. Primeiro porque em setembro bati a cabeça e depois porque em dezembro tive de fazer um procedimento. Hoje estou aqui 100% recuperado, preparado para as lutas que vierem a partir de agora. Voltei a fazer ginástica, musculação, posso fazer a viagem que quiser", disse.