JPMorgan aposta em valorização de até 53% e elege as melhores ações de construtoras

Entre os principais destaques, as construtoras focadas no segmento de baixa renda, Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3).

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Publicado em 13/09/2024 às 09:53h - Atualizado 6 dias atrás Publicado em 13/09/2024 às 09:53h Atualizado 6 dias atrás por Matheus Rodrigues
A análise reflete o otimismo quanto à disponibilidade de financiamento habitacional no Brasil (Imagem: Shutterstock)

💲 O banco JPMorgan atualizou sua cobertura sobre construtoras brasileiras, trazendo uma análise detalhada com novos preços-alvo para 2025.

Entre os principais destaques, as construtoras focadas no segmento de baixa renda, Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3), aparecem como as favoritas dos analistas, com projeções de valorização que podem chegar a 35% nos próximos dois anos.

A análise reflete o otimismo quanto à disponibilidade de financiamento habitacional no Brasil e a possível evolução das margens do setor.

Preferência por Direcional e Cury

Segundo o relatório, a Direcional se destaca como a principal recomendação do JPMorgan.

Classificada como “overweight” (indicação de compra com peso superior), a ação tem um potencial de valorização estimado em 35% até dezembro de 2025, com um preço-alvo que corresponde a 7,3 vezes o preço sobre o lucro (P/L) projetado para o final de 2025.

A Cury segue como a segunda opção preferida, também classificada como “overweight”, com uma previsão de crescimento de 32% e P/L de 8,5 vezes para o mesmo período.

Esse otimismo é justificado principalmente pelo aumento na oferta de financiamento no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), beneficiado pela maior disponibilidade de recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e pelas condições favoráveis de crédito.

A previsão de novos aportes ao programa, somando mais R$ 25 bilhões ao orçamento de 2024, contribui para um cenário positivo de curto prazo para o setor de baixa renda.

Cyrela: Potencial de 53% e Impacto dos Juros

Além das construtoras voltadas ao mercado popular, a Cyrela (CYRE3) também recebe destaque no relatório.

Apesar do otimismo, a ação enfrenta desafios de curto prazo devido à expectativa de alta nas taxas de juros.

📈 O JPMorgan projeta um potencial de valorização de 53% para Cyrela, com um preço-alvo de R$ 33,00 até dezembro de 2025.

No entanto, o banco alerta que a empresa pode sofrer pressões no curto prazo devido ao possível aumento da Selic, que pode atingir 11,5% a.a., com um acréscimo de 1 ponto percentual nos próximos meses.

Esse cenário de juros elevados pode afetar negativamente a velocidade de vendas, especialmente no segmento de média e alta renda.

A análise do JPMorgan aponta que um aumento de 100 pontos-base na Selic pode reduzir em até 70bps a velocidade de vendas dessas empresas, com base em dados da Secovi, que monitora o mercado imobiliário de São Paulo.

Riscos e Oportunidades

Embora o setor de baixa renda tenha perspectivas mais promissoras, a análise do JPMorgan destaca dois riscos principais: o impacto das taxas de hipotecas e a volatilidade no cenário de juros.

Apesar disso, o banco mantém uma postura confiante quanto ao desempenho das empresas desse segmento, devido ao suporte do governo ao programa Minha Casa Minha Vida e à previsão de novos recursos orçamentários.

Outras Construtoras em Destaque

Além de Direcional, Cury e Cyrela, o relatório do JPMorgan também faz recomendações para outras construtoras.

Entre elas, Tenda (TEND3) é apontada como uma empresa que tem avançado em seu processo de recuperação, com destaque para a melhora de sua margem bruta.

Classificada como “overweight”, a Tenda tem um preço-alvo de R$ 19,00 até o fim de 2025.

Já a Eztec (EZTC3) e a MRV (MRVE3) enfrentam desafios maiores. Enquanto a Eztec, classificada como neutra, precisa demonstrar mais progresso em seu retorno sobre o patrimônio (ROE), com um preço-alvo de R$ 18,00.

A MRV também é vista como neutra, com um preço-alvo de R$ 10,00, devido à necessidade de melhorar suas margens para atrair maior interesse dos investidores.

Perspectivas para o Setor

📊 Com o cenário macroeconômico incerto, principalmente em relação às expectativas de alta da Selic, o setor de construção civil no Brasil enfrenta desafios no curto prazo, especialmente para empresas voltadas ao mercado de média e alta renda.

No entanto, a análise do JPMorgan ressalta que, à medida que o ciclo de flexibilização das taxas de juros for retomado, a atratividade dessas ações pode aumentar, criando oportunidades de valorização significativa no médio prazo.