JBS (JBSS3) pode pagar até R$ 500 milhões ao BNDESPar, entenda

Acordo deve viabilizar a dupla listagem das ações da JBS, no Brasil e nos EUA.

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Publicado em 17/03/2025 às 18:48h - Atualizado 1 minuto atrás Publicado em 17/03/2025 às 18:48h Atualizado 1 minuto atrás por Marina Barbosa
JBS tem plano de dupla listagem desde 2023 (Imagem: Divulgação/JBS)

A JBS (JBSS3) fez um acordo com o BNDESPar para viabilizar a dupla listagem das suas ações, no Brasil e nos Estados Unidos. Com isso, no entanto, a empresa pode ter que pagar até R$ 500 milhões para o braço de participações societárias do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

📈 A JBS anunciou a intenção de fazer uma dupla listagem em junho de 2023, como uma forma de atrair mais acionistas e, assim, ampliar a sua capacidade de investimento. Contudo, precisa da aprovação dos seus investidores para avançar com o plano e não sabia se podia contar com o apoio do seu maior acionista minoritário: o BNDESPar.

O braço de participações societárias do BNDES detém 20,8% do capital social da JBS e já havia barrado a reestruturação da empresa em 2016. Agora, no entanto, fez um acordo com a J&F, holding dos irmãos Wesley e Joesley Batista que controla a JBS, para abster-se da nova votação sobre a dupla listagem.

💲 O acordo estabelece um "mecanismo de proteção" para o BNDESPar. A ideia é que, caso as ações da JBS não apresentem o desempenho esperado após a dupla listagem, o BNDESPar tenha direito a uma remuneração eventual de até R$ 500 milhões.

O contrato é válido caso a dupla listagem seja realizada até 31 de dezembro de 2026. A JBS já indicou, contudo, que pretende concluir a operação ainda neste primeiro semestre de 2025.

Para isso, uma assembleia extraordinária de acionistas deve ser convocada para deliberar sobre o assunto. Com a abstenção do BNDESPar, a decisão sobre o assunto será dos demais acionistas minoritários privados da companhia.

🔎 Caso consiga o aval da assembleia, a JBS pretende manter ações em negociação na B3, mas também terá ações na Nyse (Bolsa de Valores de Nova York). A companhia ainda deve contar com BDRs (Brazilian Depositary Receipts), lastreados nas ações listadas em Nova York, na B3.

"A proposta fortalecerá a governança da companhia e tem potencial de destravar o valor da ação e de atrair uma base mais ampla de investidores, com maior capacidade de investimento", afirmou.