🚨 A equipe de economistas do Itaú Unibanco (ITUB4) sugeriu, nesta quarta-feira (28), alternativas para recompor a arrecadação perdida com o recuo parcial do governo nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Entre as propostas estão a criação de um IOF sobre transações com criptomoedas, a maior taxação de apostas esportivas e o reforço nas estimativas de receitas com dividendos e leilões de petróleo.
As sugestões foram apresentadas durante o evento Macro em Pauta, realizado pelo banco em São Paulo, em meio à crescente pressão sobre o governo para encontrar soluções de receita compatíveis com a meta de déficit fiscal zero.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia projetado uma perda de R$ 6 bilhões em arrecadação com a reavaliação do decreto que aumentava o IOF sobre crédito.
A estimativa do Itaú é a mesma: R$ 2 bilhões em 2025 e R$ 4 bilhões em 2026.
Segundo os economistas do banco, caso o governo opte por recompor essa perda via aumento de receitas, há espaço para mudanças que, além de compensar o recuo, corrijam distorções no sistema tributário.
“Tem muita gente que se tornou adepta das apostas esportivas. Não vejo por que não possam ser taxadas como cigarro ou bebidas. Poderia ser uma fonte importante de receita”, afirmou Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú.
Mesquita também destacou que o decreto do IOF deixou criptomoedas de fora, o que considera incoerente com a lógica do ajuste.
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O recuo do governo foi motivado, em parte, pela forte reação negativa do mercado, incluindo a oposição do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Os analistas do Itaú concordam que mudanças repentinas na carga tributária afetam o humor dos investidores e podem inibir a entrada de capitais estrangeiros.
“Quando se cria dúvidas sobre a saída de capitais, você inibe a entrada. É bem contraproducente”, afirmou Mesquita.
O economista Pedro Schneider completou dizendo que aumento de tributos tem limites, já que é difícil prever o comportamento dos setores impactados, o que pode frustrar a arrecadação esperada.
📊 Embora o governo tenha anunciado um bloqueio de R$ 31,3 bilhões nas despesas dos ministérios, os economistas do Itaú alertaram que o atual arcabouço fiscal ainda não é suficiente para estancar o crescimento da dívida pública.
“Estabilizar a dívida não é suficiente para recuperar o grau de investimento. É preciso reduzir o nível de endividamento e ampliar o PIB potencial”, afirmou Mesquita.
Segundo as projeções do Itaú, mesmo com as medidas atuais, a dívida pública deve seguir em trajetória ascendente, o que pressiona o custo do capital no país e limita a atratividade do Brasil para investidores internacionais.
Resultado cresceu 7,3% em relação ao mesmo período de 2024, mas alta poderia ter sido maior não fosse o Banco do Brasil (BBAS3).
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