'Molecagem': Haddad e Nikolas Ferreira batem boca durante audiência no Congresso

Ministro foi ao Congresso falar sobre as medidas tributárias do governo

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Publicado em 11/06/2025 às 14:47h - Atualizado 15 horas atrás Publicado em 11/06/2025 às 14:47h Atualizado 15 horas atrás por Wesley Santana
Haddad participou de audiência no Congresso (Imagem: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

Nesta quarta-feira (11), durante audiência no Congresso Federal, houve um bate-boca entre o governo e parlamentares da oposição. Tudo começou quando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) fez uma pergunta ao ministro da Fazenda Fernando Haddad e deixou a sala antes dela ser respondida.

🗣 “Venho aqui com espírito público, com dado oficial, para fazer o debate. Esse tipo de atitude de que quer falar na rede e corre quando o debate vai acontecer é um pouco de molecagem e não é bom para democracia. Já que eles não estão aqui, quem sabe vocês que estão mandem o recado para o Nikolas e Jordy, para que eles aprendam um pouco das contas públicas brasileiras”, disparou.

Na sequência, Carlos Jody (PL), que também havia deixado a audiência, retornou e pediu direito de resposta. O deputado retrucou Haddad dizendo: "moloque é você, ministro".

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“Moleque é você, ministro. Por ter aceitado um cargo dessa magnitude e só ter feito dois meses de economia. Moleque é você por ter feito o maior déficit fiscal da história, logo depois do superávit do governo Bolsonaro, que passou por uma pandemia. O governo Lula é pior que uma pandemia. Não venha aqui cantar de galo na Câmara, porque o senhor é ministro, mas eu sou deputado. Respeite o Parlamento. Moleque é você”, retrucou Carlos Jody (PL) que também havia deixado a sala da audiência, mas retornou.

Ferreira também retornou à sala para rebater, mas foi impedido de falar pelo presidente da mesa, o deputado Rogério Correia (PT-MG). Depois de um bate-boca quase generalizado, ele decidiu por encerrar a sessão.

Veja no vídeo a seguir o momento da discussão:

Isenção de LCI e LCA paga programas sociais

📊Haddad foi ao Congresso para falar sobre as medidas tributárias que estão em discussão pelo Planalto. Quando questionado sobre a tributação das Letras de Crédito, o ministro comentou que há distorções e que a nova taxa é suficiente para pagar programas sociais.
“Não é demonizar esses títulos privados; o governo é o maior apoiador do setor imobiliário”, disse ele sobre as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário). “Falam que é aumento de tributo? Não, é correção de distorção. São R$ 41 bilhões de isenção. Isso é mais do que o seguro-desemprego inteiro, são três programas de Farmácia Popular, é mais do que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), completou.
Sobre as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), o chefe da Fazenda negou que esteja prejudicando o setor com a imposição do novo tributo. Ele destacou que o governo tem uma renúncia fiscal de R$ 158 bilhões.
“Vim aqui em missão de paz para a gente evoluir no debate, para dar transparência aos números. Quando a gente fala em reduzir um pouco o benefício de título isento [caso das LCAs e LCIs], é porque estamos com uma Selic de 15%. Nem o Tesouro está conseguindo concorrer com os títulos privados”, afirmou o ministro.

Os planos do governo é taxar em 5% essas duas categorias de títulos privados, hoje isentos de Imposto de Renda. Diferente do CDB (Certificado de Depósito Bancário) e do Tesouro Direto, quem investe em LCI e LCA não precisa fazer nenhum repasse ao fisco.