Quem voltou a subir com força nesta quarta-feira (17) são os juros compostos oferecidos no
Tesouro Direto, com destaque para a barreira psicológica do
IPCA+ 8% ao ano no radar, uma rentabilidade historicamente elevada, até mesmo para os padrões da
renda fixa do governo brasileiro.
Prova disso é que a taxa do
Tesouro IPCA+ 2029 saltou de I
IPCA+ 7,77% ao ano no último dia 15 de dezembro para bater nos atuais
IPCA+ 7,99% ao ano, o maior juro real pago nos últimos 30 dias. O pico de remuneração já oferecido pelo título público segue em
IPCA+ 8,08% ao ano, observado no início de outubro de 2025.
É sabido que, quando as taxas disparam no Tesouro Direto, o preço unitário dos títulos públicos marca prejuízo, efeito potencializado em vencimentos no longo prazo.
Logo, não é de se admirar que o
Tesouro Renda+ 2065 acumule prejuízo de quase
-6% na marcação a mercado desde o último dia 15 de dezembro, uma vez que seu preço unitário despencou de R$ 195,22 para os atuais R$ 183,82, ao mesmo tempo em que sua taxa variou de
IPCA+ 6,84% ao ano para
IPCA+ 6,98% ao ano.
Na visão do analista Rafael Passos, da gestora Ajax Asset, a disparada das taxas na renda fixa brasileira tem relação com
o tom mais duro da mais recente ata do Copom, a qual despertou a cautela no mercado de que a busca pela convergência da inflação à meta de 3% ao ano será levada bem a sério, a custo de se manter a
taxa Selic em 15% ao ano por mais tempo.
Para o especialista, o início de cortes da taxa básica de juros brasileira ficou restrito somente a partir de março de 2026, contrariando apostas mais otimistas do mercado de que o Banco Central já poderia agir na próxima decisão em janeiro de 2026.