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IPCA-15, prévia da inflação, registrou alta de 0,20% em novembro, após ter aumentado 0,18% em outubro, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
🤑 O resultado marca o retorno da inflação em 12 meses ao intervalo da meta pela primeira vez desde janeiro, cujo teto é de 4,50%, considerando a tolerância de 1,5 ponto percentual.
As passagens aéreas pressionaram o índice, subindo 11,87% e representando o maior impacto individual do mês. No acumulado de 2025, o IPCA-15 avança 4,15%, e no horizonte de 12 meses chega a 4,50%, abaixo dos 4,94% verificados nos 12 meses anteriores.
Como o mercado leu o dado e o que isso significa para os juros
Pablo Spyer, conselheiro da ANCORD, destaca que o resultado veio levemente acima das projeções, mas reforça um processo desinflacionário ainda presente, embora mais lento e sujeito a ruídos. Spyer aponta ainda que o mercado mantém a percepção de um Banco Central cauteloso, mas acredita que o ciclo de queda da
Selic pode começar no início de 2026.
🗣️ Mariana Rodrigues, economista da SulAmérica Investimentos, afirma que a surpresa altista na leitura geral foi impulsionada principalmente pela forte alta das passagens aéreas. Em serviços subjacentes, ela destaca o recuo do seguro voluntário de veículo, mas ressalta preocupação com a aceleração dos segmentos intensivos em mão de obra.
Na avaliação de Rodrigo Marques, gestor e economista-chefe da Nest Asset Management, o IPCA-15 surpreendeu positivamente nos grupos de industrializados e serviços subjacentes, reforçando um movimento de núcleos em direção mais benigna. Para ele, a expectativa de desinflação nos próximos meses abre espaço concreto para uma eventual queda da Selic no primeiro trimestre de 2026.
💬 Já Cristiano Oliveira, diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, o IPCA-15 reforçou a desaceleração dos preços mais sensíveis ao ciclo monetário, apesar do leve desvio em relação à mediana do mercado devido a itens voláteis como passagens aéreas. Ele mantém a projeção do banco para o IPCA de 2025 em 4,4%, e vê continuidade do movimento de desaceleração em 2026.