Inflação dispara em maio e fecha em 0,46%; acima do esperado

No acumulado do ano, o IPCA apresenta um incremento de 2,27%, e a taxa dos últimos 12 meses chegou a 3,93%.

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Publicado em 11/06/2024 às 09:36h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 11/06/2024 às 09:36h Atualizado 3 meses atrás por Matheus Rodrigues
Em maio de 2023, a variação mensal havia sido de 0,23%, com a inflação acumulada em 12 meses alcançando 3,94%.

📉 O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou uma alta de 0,46% em maio, superando o aumento de 0,38% observado em abril, conforme divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No acumulado do ano, o IPCA apresenta um incremento de 2,27%, e a taxa dos últimos 12 meses chegou a 3,93%.

Em maio de 2023, a variação mensal havia sido de 0,23%, com a inflação acumulada em 12 meses alcançando 3,94%.

Os números de maio deste ano superaram as expectativas dos analistas da LSEG, que previam um aumento de 0,42% para o mês e 3,89% para os últimos 12 meses.

A principal pressão sobre o índice em maio veio dos alimentos e bebidas, que tiveram um aumento de 0,62% em relação a abril, impulsionados, principalmente, pelo aumento de 6,33% nos preços dos tubérculos, raízes e legumes.

A batata-inglesa foi o item de maior impacto individual, com uma alta de 20,61%.

O gerente da pesquisa, André Almeida, explicou que a mudança das safras influenciou o preço da batata.

"Em maio, a oferta da batata foi reduzida devido ao fim da safra das águas e ao início lento da safra das secas. Além disso, as fortes chuvas no Rio Grande do Sul, uma importante região produtora, afetaram a produção," comentou.

Outros alimentos que apresentaram aumento foram a cebola (7,94%), o leite longa vida (5,36%) e o café moído (3,42%).

"A entressafra do leite e a redução nas importações resultaram em uma menor oferta, enquanto os preços internacionais elevados do café explicam o aumento registrado em maio," destacou Almeida.

Apesar desses aumentos, o preço da alimentação no domicílio desacelerou para 0,66% em maio, comparado a 0,81% em abril, devido às variações negativas em alguns alimentos, como as frutas, que caíram 2,73%.

"A maior oferta de banana d'água pressionou os preços da banana prata para baixo, ajudando a conter a alta na alimentação doméstica," explicou Almeida.

Por outro lado, os preços da alimentação fora do domicílio subiram 0,50%, acima do aumento de 0,39% registrado em abril, puxados pela aceleração nos preços dos lanches, que passaram de 0,44% para 0,78%.

📊 A variação dos preços das refeições permaneceu estável em 0,36%, próxima ao registrado em abril (0,34%).

O grupo de habitação foi o segundo maior contribuinte para o resultado geral, com uma alta de 0,67%, impulsionada pelo aumento de 0,94% na energia elétrica residencial, o terceiro maior impacto individual no índice.

Os reajustes tarifários em diversas capitais, como Salvador, Belo Horizonte e Recife, além do aumento na taxa de água e esgoto (1,62%) e no gás encanado (0,30%), também influenciaram o resultado.

O grupo de saúde e cuidados pessoais registrou a maior variação entre os nove grupos pesquisados, com alta de 0,69%, puxada pelo aumento nos preços dos planos de saúde (0,77%) e dos produtos de higiene pessoal (1,04%), com destaque para perfumes (2,59%) e produtos para a pele (2,26%).

"O Dia das Mães contribuiu para o aumento dos preços dos perfumes e artigos de maquiagem," avaliou Almeida.

No grupo de transportes, a passagem aérea registrou a primeira alta do ano (5,91%), sendo o quarto maior impacto individual no índice. Em abril, esse item havia apresentado uma deflação de 12,09%.

Além disso, os combustíveis subiram 0,45%, influenciados por aumentos no etanol (0,53%), óleo diesel (0,51%) e gasolina (0,45%). Os preços do metrô (1,21%) e do táxi (0,55%) também registraram alta em maio.