Ibovespa sobe, mas dólar fecha a R$ 6 pela 1ª vez na história

Mercado segue reagindo mal ao pacote fiscal do governo, mas Lira e Pacheco amenizaram o estrago.

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Publicado em 29/11/2024 às 18:20h - Atualizado Agora Publicado em 29/11/2024 às 18:20h Atualizado Agora por Marina Barbosa
Dólar chegou a bater R$ 6,11, mas cedeu com falas de Lira e Pacheco (Imagem: Shutterstock)

O Ibovespa subiu forte e recuperou os 125 mil pontos nesta sexta-feira (29). Já o dólar fechou a R$ 6 pela primeira vez na história, pressionado pela desconfiança do mercado com o pacote fiscal do governo.

💵 O dólar chegou a bater nos R$ 6,12 na máxima do dia, com os investidores reagindo às medidas anunciadas na véspera pelo governo. Contudo, cedeu e fechou a R$ 6, com uma leve alta de 0,19%, depois que os presidentes da Câmara e do Senado tentaram acalmar o mercado.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que "qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas".

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) reforçou que "a questão de isenção de IR, embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso".

Os investidores respiraram aliviados depois dessas declarações, já que medidas como a isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil e a criação de um imposto mínimo para quem recebe mais de R$ 50 mil por mês precisam do aval do Congresso Nacional para avançar.

Ainda assim, o dólar não só atingiu um novo patamar recorde de fechamento, como acumulou uma alta de 3,21% na semana e uma valorização de 3,8% no mês de novembro.

Ibovespa

📈 Já o Ibovespa fechou com alta de 0,85%, o suficiente para ganhar mais de 1 mil pontos e voltar aos 125 mil pontos. Fechou aos 125.667 pontos.

O principal índice da B3, no entanto, abriu em queda e chegou a tocar nos 123 mil pontos pela manhã. Só inverteu de sinal depois das declarações de Lira e Pacheco e com a ajuda da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4).

Apesar da alta desta sexta-feira (29), o Ibovespa teve a pior semana desde setembro, com baque acumulado de 2,68%. No mês, recuou 3,12%, a terceira queda consecutiva. Já no ano, a baixa é de 6,35%.

Altas

A Vale avançou 2,17%, impulsionada pela recuperação dos preços do minério de ferro, mas também pelo anúncio de R$ 2,2 bilhões em JCP (Juros sobre o Capital Próprio).

Já a Petrobras avançou 0,80%, mesmo com a queda dos preços do petróleo.

No dia da Black Friday, muitas varejistas também tiveram ganhos. Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, subiram 1,92% e 0,44%, respectivamente. Já a Lojas Renner (LREN3) saltou 3,86% e a C&A (CEAB3), 1,83%.

Veja outras altas do dia:

Baixas

A Black Friday, no entanto, não favoreceu os atacadistas e supermercadistas. O Carrefour (CRFB3), por exemplo, derreteu 4,90%. Já o Assaí (ASAI3) caiu 2,51% e o GPA (PCAR3), -0,75%.

Já a Gol (GOLL4) fechou em queda de 0,74%, mesmo buscando um acordo com a Receita Federal para quitar dívidas tributárias.

Veja outras baixas do dia: