Relatório do BofA indica ganhos de eficiência de operadoras de saúde
O Banco pautou a análise devido a um estudo da ANS que mostra desempenho positivo do setor.
As ações da Hapvida (HAPV3) abriram o pregão desta terça-feira (17) com baixa de 13%, mostram dados da bolsa de valores. Às 11h, os papeis já tinham recuperado parte da perda, mas eram negociados por cerca de R$ 2,30.
🏥 O recuo acelera o movimento de baixa que a empresa de planos de saúde tem visto nas últimas semanas, tendo chegado a uma baixa de 35% nos últimos 6 meses. Desde o início do ano, as baixas já chegam a 45%, ainda de acordo com informações da B3.
A queda desta segunda está motiva por uma proposta para os planos de saúde, divulgada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), divulgada na noite de segunda (16). Depois de conduzir estudos relacionados, o órgão definiu uma nova política de preços e reajuste para as operadoras do setor.
De acordo com a ANS, a nova política foi discutido nos últimos meses e engloba reajustes em planos coletivos, coparticiipações, vendas de planos online, além de fazer uma revisão técnica no preço dos planos. Uma das principais mudanças será a proibição de acumular índices financeiros e por sinistralidade para cálculos de reajuste, conforme destacou a agência.
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“A operadora precisará adotar ou um ou outro. Além disso, a ANS definirá um percentual mínimo de 75% para sinistralidade meta para cálculo de reajuste. O objetivo é dar ao consumidor maior transparência sobre o cálculo realizado para a definição do percentual”, diz nota do órgão ligado ao governo federal.
Após a divulgação, outras empresas do segmento também sofreram impactos importantes em suas cotações. Os papeis da Rede D'Or (RDOR3), controladora da SulAmérica, caíram quase 4%, enquanto Qualicorp (QUAL3) recuou 3,2%.
🗣 Na análise do BTG Pactual, a Hapvida é a empresa que mais deve ser impactada pelas mudanças propostas pela ANS. Os analistas destacam que esta é a empresa de menor custo, podendo ser penalizada pela eficiência.
“Depois de muitos problemas regulatórios após a pandemia, muitos participantes do setor esperavam que o efeito líquido das potenciais mudanças viria para melhor, não para pior”, escreveram eles, em relatório divulgado durante a manhã.
Por outro lado, o Goldman Sachs pontua que as regras podem limitar a flexibilidade dos reajustes de preços, mas ressalta que a Sulamerica será a menos afetada, embora a mensagem da ANS tenha sido mais rígida que o esperado. “Não deve ser impactada por essa medida, uma vez que já opera com uma taxa de sinistralidade (MLR) acima do limite mínimo sugerido”, avaliaram.
A proposta do órgão ainda não é definitivo, já que, até fevereiro de 2025, deixa aberta uma audiência pública para ouvir opiniões das empresas e de entes do setor. Mesmo assim, o Itaú BBA pondera que os termos já divulgados sugerem que a ANS caminha para uma regulamentação mais pesada para os planos de saúde, sobretudo em relação aos preços.
O Banco pautou a análise devido a um estudo da ANS que mostra desempenho positivo do setor.
Às 17h50 (horário de Brasília), os ativos subiam 4,44%, a R$ 3,76.