Vale (VALE3) puxa Ibovespa para cima e Nasdaq bate recorde; dólar atinge R$ 5,56
O desempenho foi sustentado, principalmente, pela valorização das ações da Vale, impulsionadas pelo minério de ferro.
Depois de anos de negociação, o governo federal e as mineradoras Vale (VALE3), BHP e Samarco assinaram nesta sexta-feira (25) o acordo de reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana (MG).
💰 O acordo soma R$ 170 bilhões, sendo que R$ 38 bilhões já foram desembolsados pelas empresas, R$ 32 bilhões serão usados pelas mineradoras no pagamento de indenizações e de ações reparatórias e os outros R$ 100 bilhões serão transferidos para o governo federal em um prazo de 20 anos.
Segundo o Executivo, esses recursos serão direcionados a um fundo gerido pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para serem utilizados em ações de recuperação e reparação socioambiental.
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O governo federal promete, por exemplo, pagar um auxílio mensal para os pescadores e agricultores atingidos pela tragédia, no valor de 1,5 salário mínimo, por um período de até quatro anos. Mulheres e indígenas também devem ter um auxílio financeiro. Por isso, 40% desses recursos devem ser direcionados diretamente para as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem.
Também estão previstas ações de recuperação ambiental e retomada econômica, que visam, por exemplo, a retomada da pesca, a promoção de pequenos negócios e da agricultura familiar. Além disso, o governo deve reforçar a saúde coletiva, o saneamento e as rodovias da região.
Ao discursar na cerimônia de assinatura do Novo Acordo de Mariana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer críticas às mineradoras envolvidas na tragédia e cobrou responsabilidade do governo na aplicação desses recursos.
🗣️ "Cada centavo que for utilizado é tido como investimento para recuperar a desgraça que a irresponsabilidade de uma empresa causou. Estamos fazendo reparo em uma desgraça que poderia ter sido evitada, mas não foi evitada por irresponsabilidade e ganância de lucro", declarou.
O presidente pediu, portanto, que todos os ministérios envolvidos nas ações de reparação criem projetos consistentes para os próximos anos, para que seja possível "construir o futuro daquele povo" e para que depois o governo "não seja acusado de irresponsável, que não soube utilizar corretamente o dinheiro".
"A nossa dor de cabeça começa agora, porque é um projeto para 20 anos e não para 20 dias e cada ministério envolvido tem que apresentar projetos", afirmou.
E seguiu: "Se não der conta do recado, daqui a 20 meses, aquilo que hoje é festejado como a conquista do maior acordo já feito, começará a ser cobrado do governo como a pior coisa que já aconteceu. É preciso que tenha projeto, com cabeça, tronco e membro, para que saiba o que vai acontecer a cada ano, porque agora, se não acontecer, a culpa é nossa".
O desempenho foi sustentado, principalmente, pela valorização das ações da Vale, impulsionadas pelo minério de ferro.
Petista participou de cerimônia que inicia os pagamentos reparatórios da mineradora, após rompimento da Barragem do Fundão.