Governo eleva cobrança do IOF e congela R$ 31,3 bi do Orçamento de 2025

Para cumprir as metas fiscais, o governo Lula taxará ainda mais as movimentações financeiras

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Publicado em 22/05/2025 às 16:42h - Atualizado 27 minutos atrás Publicado em 22/05/2025 às 16:42h Atualizado 27 minutos atrás por Lucas Simões
Com o IOF maior no bolso dos brasileiros, o governo consegue bloquear temporariamente apenas parte dos valores (Imagem: Shutterstock)

💸 Os brasileiros já podem esperar uma taxação maior nas suas movimentações financeiras, com o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a ser implementado pelo governo Lula, que também anunciou nesta quinta-feira o congelamento de R$ 31,3 bilhões do Orçamento de 2025.

Todavia, os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento ainda não forneceram detalhes sobre qual será o tamanho da nova cobrança de IOF que deverá ajudar o governo brasileiro a cumprir as metas fiscais.

“Nesse momento, essas medidas nos parecem suficientes para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o anúncio.

As duas pastas também explicaram, em coletiva em Brasília, que o detalhamento dos cortes de recursos por órgãos será informado no próximo dia 30 de maio (sexta-feira). O valor bilionário contingenciado consta no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, documento enviado ao Congresso a cada dois meses que orienta a execução do Orçamento.

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Aperte os cintos

Vale destacar que, do total de R$ 31,3 bilhões congelados neste ano, cerca de R$ 20,7 bilhões serão contingenciados temporariamente para cumprir a meta de resultado primário. O governo Lula justificou a necessidade do bloqueio com base em uma nova estimativa de receitas e despesas para o ano.

Já a meta fiscal para 2025 é zerar o déficit (o governo deixar de gastar mais do que arrecada em impostos), que totalizou R$ 43 bilhões no ano passado. As contas públicas podem tolerar um déficit de até 0,25% do PIB sem descumprir formalmente a meta, o que equivale a cerca de R$ 31 bilhões.

📈 Haddad também comentou que a alta da taxa Selic (já cogitada pelo mercado a atingir 15% ao ano) também afetou a arrecadação de impostos neste ano, ao provocar a desaceleração da economia. “A taxa de juros prevista na elaboração do Orçamento não é a mesma em vigor atualmente”, disse o ministro da Fazenda.